18/10/2024

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Conheça o grego que já bateu Zanetti sem estar 100% e pode ‘roubar’ ouro do Brasil.

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Bianca Daga, do ESPN.com.br.

REPRODUÇÃO

Eleftherios Petrounias site oficial reproducao
Eleftherios Petrounias é atual campeão mundia de argolas e riva de Zanetti na Olimpíada

Eleftherios Petrounias. Esse é o nome de quem pode tirar do Brasil um dos únicos – senão o único – ouro em que, hoje, se pode dizer que o país é favorito nos Jogos Olímpicos. Grande rival de Arthur Zanetti nas argolas, o grego deixou a ginástica artística por três anos depois de ouvir que não chegaria longe, mas decidiu retomar a carreira. Em 2010, começou a ‘mostrar sua cara’ no cenário internacional e em outubro, driblou uma doença e a morte do seu pai para ser campeão mundial com aquela que vê como sua pior apresentação no ano passado.

Os dois vêm disputando ponto a ponto. No início da semana, Zanetti – atual campeão olímpico – fez 15.800 pontos contra 15.900 do rival na prova classificatória do evento-teste da Olimpíada. Na final, o brasileiro virou o jogo e conquistou a medalha de ouro com 15.866, 33 milésimos a mais que o grego, prata com 15.833. Há seis meses, no Mundial disputado em Glasgow, Petrounias foi campeão com 15.800, e o ginasta de São Caetano do Sul (SP) não foi nem à decisão: fez 15.433 e ficou em nono.

“Quando terminei minha prova, sabia que estaria entre os medalhistas, porque minha execução tinha sido muito boa, muito melhor que a dos outros. Mas por conta do estresse, claro, só competi com 80% da minha capacidade. De todas as boas apresentações que fiz durante o ano, aquela foi a pior”, avaliou Petrounias, em entrevista ao jornal grego Kathimerini.

O estresse a que o grego se refere foi por conta de uma série de acontecimentos: treinos em condições ruins, com aparelhos velhos, antibióticos para tratar um vírus e, o pior de todos, a morte de seu pai, semanas antes de competir no Campeonato Mundial de Glasgow. Nenhum dos obstáculos, no entanto, foi suficiente para tirar seu foco.

“O equipamento no meu ginásio tem 20 anos, e as argolas nas competições são diferentes agora. Então demorei a me adaptar no Mundial e tive problemas. Além disso, estava preocupado com a minha saúde. Um vírus entrou em uma ferida que eu tinha e atingiu o tendão do meu pulso. Ainda estava tomando antibióticos e sentindo muita dor. E também foi muito difícil voltar ao ginásio depois da morte do meu pai. Precisei pensar na promessa que fiz a ele: me classificar para os Jogos Olímpicos no Rio.”

Com o ouro no peito e a vaga garantida para vir ao Brasil, o ginasta começou a se planejar para, em vez de 80%, colocar em prática 100% de sua capacidade na Olimpíada em agosto. A obsessão pelo ouro olímpico é tanta que em seu site oficial ele brinca com seu próprio nome, deixando o nome da cidade-sede dos Jogos em evidência: EleftheRIOs, com a letras no mesmo formato utilizado no site oficial da competição. A frase estampada em sua página é “Rio 2016 é meu objetivo”.

A determinação do grego talvez venha depois de ter ouvido um dia que não era nenhum atleta diferente e, dificilmente iria longe. Seu primeiro contato com a ginástica foi aos cinco anos, quando seus pais o incentivaram a fazer algum esporte por conselho dos professores. A ideia era ajudar o menino que subia e se pendurava em tudo o que via a ficar um pouco mais calmo.

Foi quando, aos 15 anos, sofreu uma lesão nos cotovelos e ouviu duas coisas: que o problema não poderia ser corrigido e que ele não era nenhum atleta especial. Então, decidiu deixar as argolas de lado e começou a se dedicar ao parkour. Mas três anos depois, decidiu dar outra chance à ginástica, rapidamente se destacou na Grécia e, em 2010, começou a despontar no cenário internacional com a medalha de bronze conquistada na Copa do Mundo de Ghent, na Bélgica.

Hoje, aos 25 anos – completa 26 em novembro e é sete meses mais novo que Arthur Zanetti -, carrega o status de campeão mundial e quer buscar no Brasil, casa do maior rival, o título que lhe falta. “Se eu fizer o que sou capaz, vou ter nota bem acima de 16.000 e com essa pontuação ninguém pode ganhar de mim. Com 15.800, conquistou a medalha, mas não sei qual.” Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, Arthur Zanetti foi campeão com 15.900, e Petrounias não competiu.

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