Zika, poluição e violência: Etapa da WSL no Rio começa com ameaça de ser a última.
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Henrique Munhos e Gustavo Setti, do ESPN.com.br.

Quase um mês depois de deixar a Austrália, onde ocorreram as três primeiras disputas da temporada, os surfistas voltam a cair na água para a Etapa do Rio de Janeiro, a quarta do ano e a única realizada na América do Sul.
Os problemas recentes, contudo, fazem com que não somente os atletas entrem pressionados, mas também todo o evento, que corre o risco de não ocorrer mais em território carioca a partir de 2017.
No ano passado, a edição vencida por Felipe Toledo, teve recorde de público, mas a poluição da água da Praia da Barra da Tijuca deixou cerca de uma dezena de surfistas com problemas estomacais. Antes, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea-RJ) havia alertado que a região do campeonato estava imprópria para banho no período do evento.
“Penso que todos sabem que se tivermos mais um evento no Rio, com ondas médias e todo mundo ficando doente, o evento provavelmente não avançará lá e iremos olhar para outros locais”, disse Ace Buchan, representante dos surfistas da WSL, à revista especializada Stab.
Diferentemente de 2015, quando a etapa do Rio de Janeiro ocorreu no Posto 2, a deste ano será realizada no canto direito da Praia de Grumari. Os surfistas tiveram assegurado que, se houver novos problemas com a água, a disputa será alterada para algum lugar fora da cidade carioca.
Não só a poluição preocupa os estrangeiros. Ainda em Margaret River, onde foi realizada a terceira etapa, os atletas se reuniram para discutir o vírus da Zika, que preocupa o mundo todo nos últimos meses.
Por fim, a violência. Às vésperas do início da etapa, competidores estrangeiros presenciaram um tiroteio em um posto de gasolina, próximo do local de onde estavam, que acabou com um homem baleado. Conner Coffin, Carissa Moore, Stephanie Gilmore, Keanu Asing e Dusty Payne eram os surfistas que teriam visto este tiroteio.
“Estou tendo bons momentos aqui. As ondas têm sido legais, a água não está tão suja e ninguém contraiu o vírus Zika. As coisas pareciam ir melhorando. Estive curtindo com pessoas legais, comendo boa comida. Além de outras coisas… Mas ver alguém sendo baleado em um posto de gasolina no meio do dia te liga o alerta. Você só espera não ser pego no fogo cruzado”, disse Conner Coffin à Stab.

Em meio às críticas, cinco surfistas já anunciaram que não disputarão a etapa, sendo três campeões mundiais Kelly Slater (11 títulos), Mick Fanning (três títulos) e Joel Parkinson (um título). Além deles, os australiano Kai Otton e Taj Burrow também já comunicaram a desistência por “motivos pessoais”.
O australiano Matt Wilkinson lidera o Mundial de Surfe com 24.000 pontos, seguido do havaiano Sebastian Zietz, com 15.750 pontos. O melhor brasileiro é Ítalo Ferreira, terceiro colocado com 14.750 pontos.
A etapa do Rio de Janeiro tem janela a partir desta terça-feira até o dia 21 de maio, com transmissão, ao vivo, da ESPN+ e do WatchESPN sempre que houver competição.
Veja como ficaram as baterias iniciais da Etapa do Rio de Janeiro:
1.a: Filipe Toledo (BRA), Kanoa Igarashi (EUA), Dusty Payne (HAV)
2.a: Gabriel Medina (BRA), Stu Kennedy (AUS), Leonardo Fioravanti (ITA)
3.a: Julian Wilson (AUS), Davey Cathels (AUS), Deivid Silva (BRA)
4.a: Italo Ferreira (BRA), Miguel Pupo (BRA), Bino Lopes (BRA)
5.a: Matt Wilkinson (AUS), Jadson André (BRA), vencedor da triagem ou Lucas Silveira
6.a: Adriano de Souza (BRA), Keanu Asing (HAV), vencedor da triagem ou Lucas Silveira
7.a: Nat Young (EUA), Michel Bourez (TAH), Alex Ribeiro (BRA)
8.a: Jordy Smith (AFR), Conner Coffin (EUA), Jack Freestone (AUS)
9.a: Jeremy Flores (FRA), Josh Kerr (AUS), Adam Melling (AUS)
10.a: Kolohe Andino (EUA), Wiggolly Dantas (BRA), Ryan Callinan (AUS)
11.a: Sebastian Zietz (HAV), Adrian Buchan (AUS), Alejo Muniz (BRA)
12.a: Caio Ibelli (BRA), John John Florence (HAV), Matt Banting (AUS).