Com ícones olímpicos, veja como o COB prepara mente dos atletas para Rio 2016; confira.
3 min readGuilherme Nagamine e Henrique Munhos, de São Paulo (SP), para o ESPN.com.br
“Fui para o saque. Comecei a bater na bola no chão e a contar em múltiplos de três. Batia a bola e contava ‘1,2,3…, 1,2,3…’. Neste momento, o técnico da Rússia colocou um jogador bem no lugar que eu queria sacar. F… a minha programação mental.”
Risos ecoam pelo auditório, localizado em um hotel na zona Oeste da cidade de São Paulo.
Giovane Gávio, bicampeão olímpico, para por um momento. Ele descrevia um dos episódios mais importantes de sua carreira: o saque que culminou no título mundial da seleção brasileira de vôlei em 2002, contra a Rússia.
Na plateia, pouco mais de 100 atletas do Time Brasil, como é chamada a delegação do país que participará dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. São jogadores da seleção feminina e masculina do basquete, rugby e polo aquático; atletas da esgrima, boxe e natação; e da seleção feminina de futebol. A maioria deles já está com vaga garantida no evento.
E todos estão no mesmo lugar por um motivo: estão participando de um programa criado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro). O objetivo é antecipar a experiência olímpica e esclarecer eventuais dúvidas.
“Esses foram os objetivos principais desses programas, que a gente alinhasse expectativa, passasse informações. Os atletas criam, não digo nem expectativa, mas ficam sabendo o que vem pela frente. Acreditamos que isso melhora não só a preparação, mas principalmente a entrada deles nos Jogos Olímpicos”, explicou Adriana Behar, ex-atleta de vôlei de praia e hoje gerente-geral de planejamento esportivo do COB, ao ESPN.com.br.
A entidade nunca tinha realizado uma ação como esta antes de uma edição de Jogos Olímpicos. A ideia é que todos os atletas passem por este programa, constituído por uma palestra com um ex-atleta que possa compartilhar sua experiência e mostrar pontos de atenção e dar orientações.
Por enquanto, cerca de metade da delegação que irá ao Rio já participou do projeto. Antes do encontro com Giovane, outras quatro edições foram realizadas – todas na sede do COB, com exceção de um encontro com as seleções de vôlei de quadra, que treinam no CT de Saquarema, no Rio.
Fabi (ex-líbero da seleção de vôlei), Shelda (vôlei de praia), Giba (vôlei), Lars Grael (vela) e Daiane dos Santos (ginástica) foram os outros ex-atletas que já compartilharam suas experiências na Vila Olímpica e nas competições em si.
“São atletas de referência, que através de suas próprias experiências passam mensagens positivas, pontos de atenção, orientações, essa é que a ideia. A gente entende que isso traz para os atletas não só motivação, mas um momento de reflexão e principalmente de estímulo de pessoas que são referências e que vieram falar para eles”, prossegue Behar.
“A gente entende que eles [atletas] têm interesse [em eventos como esse]. Uniformes, a Vila em si, a operação da vila, cerimônias de abertura, a Vila Olímpica, problemas de familiares e amigos… A gente toca em assuntos que a gente entende que não vão só facilitar a vida de todos, mas esclarecer dúvidas que talvez eles tenham, e que vai ajudar na preparação final para os Jogos”, conclui a dirigente.
Os canais ESPN transmitirão os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.