Ele ganhou R$ 5 milhões em prêmio só em 2016; seu esporte: Dardos.
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Guilherme Nagamine, do ESPN.com.br
NATHAN STIRK/GETTY IMAGES
As luzes se apagam, e a torcida se agita dentro do ginásio fechado. Tocam algumas notas da música Shine on You Crazy Diamond, da banda britânica Pink Floyd. E em uma transição suave, começam as batidas ritmadas de Seven Nation Army, do The White Stripes. Ao mesmo tempo, o locutor anuncia sua entrada.
“Senhoras e senhores, ele é um ex-campeão do mundo. Número um do ranking mundial. Michael vaaaaaaaaaaaaaaan Gerwen”!
É a senha para um holandês de cabeça raspada andar pelo tablado e, com os dois braços abertos, começar a cumprimentar os fãs. Ele é uma estrela e, apesar do cerimonial de entrada para o torneio lembrar muito competições de MMA como o UFC, não luta.
Michael van Gerwen, de 27 anos, é jogador profissional de dardos. E dos bons.
Líder do ranking mundial desde 2014, venceu nada menos do que 25 torneios em 2016. Acumulou cerca de 1,5 milhão de dólares em prêmios (R$ 5 milhões).
O holandês explodiu na modalidade aos 17 anos. Antes, trabalhava ladrilhando chão de banheiros. Rapidamente se tornou um fenômeno e atingiu o ápice em 2014, quando sagrou-se campeão do mundo. “Eu sabia que eu bom, mas tão bom assim? Não, jamais sonharia com isso”, declarou ao jornal The New York Times.
Van Gerwen leva uma vida de atleta, mas não tão regrada como você pensa. Pratica pouco, mas por acreditar que o grande número de eventos dos quais participa – fora os torneios – lhe dão o treinamento necessário.
A precisão é seu ganha-pão e o holandês ficou tão bom nisso que começaram as discussões se ele é o maior jogador de dardos que o mundo já viu. Grosso modo, já representa a cara do esporte: a cada ano, os prêmios aumentam, a televisão paga cada vez mais, mais torneios aparecem e as pessoas estão cada vez mais interessadas.
A resposta da história em relação à questão de ser ou não o melhor que o mundo já viu é simples: não. Para muitos, Van Gerwen ainda precisa chegar perto dos 16 mundiais conquistados por Phil Taylor, um inglês de 56 anos e dono de uma marca que muitos veem como improvável de ser alcançada.
O holandês não tem dúvidas de que já ultrapassou Taylor nos quesitos de habilidade e performance. Com o argumento, lembra que o adversário dominou a cena esportiva dos dardos na década de 1990, quando a competição e o profissionalismo eram muito inferiores ao dos dias atuais.
Questionado pelo The New York Times se a situação dele se compara a de Lionel Messi na Argentina, assentiu. “Se você olha o Lionel Messi de hoje ou Diego Maradona daqueles tempos, eu acho que o Messi de hoje é 20 vezes melhor do aquele Maradona”, declarou.
Sua busca para o melhor da história continua a partir desta quinta-feira, quando tentará o bi mundial em Londres (ING), sede do Campeonato Mundial da PDC (Professional Darts Corporation, uma das duas organizações autorizadas a promover o Mundial).
E com um aperitivo de Shine on You Crazy Diamond e Seven Nation Army.
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