19/03/2024

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Renovação de Lugano é ‘pão e circo’ de Leco para a torcida são-paulina.

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Por Caíque Toledo, do SPFC da Depressão.

Gazeta Press

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Não importa sua opinião sobre a renovação de Lugano: ela foi mais jogo político de Leco do que necessidade dentro do clube

 

A novela acabou e, como parecia mesmo que ia acontecer, o zagueiro Diego Lugano renovou seu contrato com o São Paulo até o fim da temporada. O ídolo, que completa 37 anos em novembro, teve a extensão de seu vínculo anunciada pelo presidente Leco na noite desta segunda-feira.

 

Apesar de contar com apenas outros quatro (agora com Arboleda, já sem Lucão) zagueiros no elenco, a renovação do capitão era contestada por boa parte da cúpula são-paulina. A seu favor, a idolatria e o ‘espírito’ que dá ao time desde sua primeira passagem; ontra, o custo e a qualidade técnica que não é a de outrora.

 

Até o técnico Rogério Ceni colocou sua renovação em dúvida, e, sejamos francos, só está escalando o uruguaio recentemente por falta de peças. Se ainda tivesse (o horrível) Lucão, (o estabanado) Maicon e (a incógnita) Breno, certamente estes teriam prioridade.

 

Mas a torcida ama Lugano. Ama não pela bola que vem jogando desde o ano passado, claro, mas por tudo que ele já fez pela camisa tricolor e por tudo que representa: a garra e a vontade que 11 entre 10 são-paulinos querem ver no time. E a pressão pela renovação do capitão foi grande.

 

Leco, que não é bobo nem nada, sabe que tem (muita) culpa no cartório na bizarra situação tricolor. O time vive um desmanche no meio da temporada, tem um elenco reduzido e flerta com a zona de rebaixamento no único campeonato que disputa. Mesmo que não quisesse, usou a renovação de Lugano como uma carta na manga para ganhar uns minutinhos de tranquilidade.

 

Pós-empate contra o Fluminense, em mais uma sofrível atuação no Morumbi, torcedores protestaram na frente do estádio, pedindo jogadores, pedindo raça e, claro, xingando o presidente. Leco sabe que não ganhará todos com essa (e provavelmente com nenhuma) atitude, mas garantir a permanência do ídolo tão defendido pela torcida, mesmo que por seis meses, vai acalmar um pouco os leões. É a velha política do pão e circo.

 

O São Paulo vai ao mercado, está se reforçando e, talvez, Lugano acabe mal entrando em campo até dezembro – o que, deixemos idolatria de lado e convenhamos, hoje em dia não é de todo mal. Mas a má condução de sua renovação, aliada aos demais trocentos problemas criados por essa (não só por essa, fique claro) gestão, depõe contra Leco.

 

É difícil dizer que o atual presidente seja ‘o pior da história do São Paulo’, principalmente pra quem foi vítima (sim, vítima) recente de Aidar e passou perto de ter Pimenta na última eleição. Mas Leco tem culpa, e muita. Contestada ou não, útil ou não, necessária ou não, a renovação de Lugano até é uma maneira de ‘ganhar tempo’, mas não durará muito. Um ídolo de 36 anos por seis meses não salvará o Tricolor Paulista.

 

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