Com atuação defensiva sólida, Bahia venceu a Ponte em Campinas
Com atuação defensiva sólida, Bahia venceu a Ponte em Campinas

O Bahia venceu a primeira fora de casa na Série A e quebrou um jejum de sete jogos sem vencer na competição. Ficava evidente que, para sair da fase ruim, o time teria que se reinventar. Contra a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, o tricolor apresentou uma faceta já ensaiada pelo técnico Jorginho há algumas partidas, e bateu com autoridade os donos da casa.

Um time acostumado a ter a bola nos pés abriu mão de tê-la em boa parte do confronto em Campinas. O Bahia terminou a partida com 45% de posse, mas chegou a ter apenas 31% nos primeiros 20 minutos e 27% até os 10’ do segundo tempo. Na etapa inicial, inclusive, suportou forte pressão da Ponte Preta quando o jogo estava 1 a 0, pois optou por jogar de maneira reativa na casa do adversário. Foram 15 finalizações da Macaca só na primeira metade do jogo. Com um 4-2-3-1 tradicional, Jorginho optou em baixar suas linhas e marcar em seu campo defensivo, abrindo mão da posse de bola no campo rival.

Um dos personagens que ilustra a ideia de Jorginho é o colombiano Stiven Mendoza. O técnico do Bahia manteve o meia-atacante na equipe titular e colocou Allione, líder de assistências do tricolor na Série A, no banco de reservas. Mendoza, durante boa parte da partida, atuou no campo de defesa e auxiliou o lateral-esquerdo Matheus Reis na marcação. Com mais velocidade que o argentino Allione, era constantemente acionado nos contra-ataques do time baiano no Moisés Lucarelli. Jogar de maneira reativa foi a solução que Jorginho encontrou para reencontrar os trilhos dos triunfos.

Outro aspecto que beneficiou o jogo do Bahia foi a entrada de Rodrigão no time titular. Sem um centroavante de ofício na equipe desde a lesão de Hernane (Gustavo foi pouco utilizado neste período), o tricolor encontrou uma alternativa de jogar que deu certo: com Edigar Junio fazendo o papel de referência, o tricolor ganhou intensa movimentação e constante infiltrações dos meias, mas passou a ser estudado pelos adversários e perdeu o fator surpresa. Com Rodrigão na equipe, o Bahia ganhou profundidade, um jogador com força para segurar zagueiros e proporcionar interações com o trio de meias, além de gols. Em Campinas, foram dois.

Ainda é cedo para dizer se o Bahia mudou sua forma de jogar, implantada ainda nos tempos de Guto Ferreira, ou apenas encontrou uma alternativa tática para sair da previsibilidade. O fato é que Jorginho voltou a respirar tranquilo. A expectativa é saber se o tricolor passará mudará o seu rótulo daqui em diante: o time da valorização da bola, ou o time do contra-ataque?