Marlon Vera, lutador do UFC, com a bandeira do Equador
Marlon Vera, lutador do UFC, com a bandeira do Equador

Quando Marlon Vera subir no octógono do Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, neste sábado, não estará atrás apenas da vitória sobre o brasileiro John Lineker. Como todo atleta do UFC, o equatoriano de 1,72m sonha com o cinturão, claro, mas também tem outras motivações.

Quando tinha apenas 17 anos, Vera, hoje com 24, soube que seria pai. Não poderia prever, porém, que sua filha, Ana Paula, nasceria com um raro distúrbio neurológico, a Síndrome de Moebius, que a impede de movimentar os músculos faciais e, entre outras coisas, de sorrir…

Como não existe cura para a doença, apenas uma cirurgia pode fazer com que a menina, atualmente com seis anos, consiga expressar suas emoções através do rosto. O problema é o valor do procedimento. “É uma operação muito cara”, explicou Vera, ao ESPN.com.br.

“Luto por isso”

Foi dez meses após o nascimento de Ana Paula que Vera fez sua estreia profissional no MMA, uma vitória por finalização no Equador. Dois anos mais tarde, foi escolhido para participar da edição do reality show The Ultimate Fighter, do UFC, apenas com lutadores latino-americanos.

O programa, que foi porta de entrada para Vera no maior evento de MMA da atualidade, tornou pública a situação de Ana Paula. No último episódio da temporada, Dana White, chefão do UFC, chamou o equatoriano em uma sala e o levou às lágrimas diante das câmeras.

“Sua filha vai ver um médico aqui em Las Vegas”, anunciou Dana, levando Vera às lágrimas. “Luto por isso. Meu sonho é estar no UFC, sim, mas quero chegar para dar um sorriso a ela.”

Como não existe cura para a doença, apenas uma cirurgia pode fazer com que a menina, atualmente com seis anos, consiga expressar suas emoções através do rosto. O problema é o valor do procedimento. “É uma operação muito cara”, explicou Vera, ao ESPN.com.br

REPRODUÇÃO

Marlon Vera, ao lado de sua filha, Ana Paula
Marlon Vera, ao lado de sua filha, Ana Paula

“As coisas boas vêm”

Único equatoriano no UFC, Vera estreou pela organização em 2014, perdendo para Marco Beltrán. Em seguida, em 2015, a primeira vitória, sobre Roman Salazar e, após novo revés (Davey Grant), embalou três triunfos consecutivos (Ning Guangyou, Brad Pickett e Brian Kelleher).

Segundo o site “MMA Manifesto”, que monitora as bolsas dos atletas do UFC, as seis lutas já renderam, com direito a dois bônus de performance, 239 mil dólares (quase R$ 784 mil) a Vera, que, se ainda não foram suficientes para a operação da filha, o permitiram levar a família (a esposa, Ana Paula e seu segundo filho) para os Estados Unidos, onde vive atualmente.

Se vencer Lineker, atual quinto colocado no ranking oficial do peso galo do UFC, em São Paulo, Vera tem tudo para se colocar entre os principais nomes de sua categoria. Passo importante, segundo ele, para sua carreira, seu país e, claro, o objetivo de ver sua filha sorrindo um dia.

“Ganhar lutas te traz muitas coisas boas. As coisas boas vêm”, define o equatoriano, baixo na altura, grande no sonho – ainda que se resuma em um simples sorriso…