20/04/2024

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A medalha planejada, a noite do milagre e o amanhã ‘do sonho’ de Thiago Braz.

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Antônio Strini, do Rio de Janeiro (RJ), do ESPN.com.br

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Ouro olímpico e recorde: Thiago Braz conseguiu o 'milagre' da conquista no Rio
Ouro olímpico e recorde: Thiago Braz conseguiu o ‘milagre’ da conquista no Rio

A noite de segunda-feira reservou (grandes) surpresas no Engenhão.

Uma chuva torrencial atrasou a programação do atletismo nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. João Vitor de Oliveira deu um “peixinho” para conquistar sua vaga na semifinal dos 110 metros com barreiras. A bahamiana Shaunae Miller usou da mesma tática para ganhar a medalha de ouro nos 400 metros rasos.

Achei que a cota já tivesse acabado, mas então veio Thiago Braz.

O menino cuja mãe partiu e nunca mais voltou. Aquele que abdicou de vida social para treinar na Itália com foco na Olimpíada em casa ao lado do lendário treinador Vitaly Petrov, o homem por trás do sucesso de Yelena Isinbayeva e Fabiana Murer.

O rapaz de Marília (SP) que resolveu peitar ninguém menos do que Renaud Lavillenie, o francês detentor do recorde mundial do salto com vara e que a cada prova se mostrava mais imbatível.

A torcida, como era de se esperar, apoiou Thiago. E a cada salto válido, uma explosão nas arquibancadas. Até que todos perceberam a surpresa: ele iria “medalhar”.

Não que realmente fosse uma novidade, pois já neste ano superou o recorde sul-americano com seus 5m93 em prova na capital alemã, Berlim.

O momento, porém, era único: ele lutava pelo ouro contra o melhor de todos.

“Um milagre”, como o próprio atleta brasileiro definiu quando passou o sarrafo a 6m03. Novo recorde pessoal, continental. Só faltava também ser olímpico.

Lavillenie sentiu a pressão vinda das arquibancadas. À la futebol, torcedores mandaram às favas o chamado “espírito olímpico” e vaiavam o rival do brasileiro. Como manda o figurino nacional, mas que lá fora fazem vistas grossas.

Dois erros no 6m03, e a última tentativa já no 6m08. Afinal, se o francês acerta, todo o peso recairia sobre os jovens ombros de Thiago Braz. Para quem já saltou 6m16, oito centímetros a menos estão no papo, não é? Nem sempre os deuses concordam.

Thiago Braz, aos 22 anos, tornou-se campeão olímpico e fez com que os torcedores no Engenhão cantassem seu nome na saída do Engenhão. A festa começou.

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Especialista exalta ‘ouro histórico’ de Thiago Braz no salto com vara: ‘Surpreendente’

Ele ainda não tem muita ideia do tamanho de seu feito, e até por isso nas entrevistas se mostrou sereno. A medalha olímpica foi um feito planejado, mas ouro?

Cedo demais, talvez. Mas o menino obstinado do interior de São Paulo já sonha alto, como todo atleta em seu nível tem de fazer. E a meta, agora, é ousada.

“O meu sonho hoje seria, sim, ser o recordista mundial, saltar mais do que 6m03, só que isso exige muito trabalho, e esse ano foi voltado para a Olimpíada. Agora a gente precisa ver como vão ser os próximos anos, os treinamentos, como vai ser nossa preparação. Mas seria um sonho pessoal meu”, respondeu o atleta à pergunta doESPN.com.br.

Como será o amanhã, Thiago Braz?

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