Rossi dá show e chega em 4º, mas Lorenzo vence em Valência e é tricampeão; confira.
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Douglas Rocha do UOL Esporte.

Cheste (Espanha), 8 nov (EFE).- Em último lugar no grid de largada devido a uma punição, o italiano Valentino Rossi se esforçou ao máximo e terminou o Grande Prêmio da Comunidade Valenciana em quarto lugar, mas viu o companheiro de equipe na Yamaha, o espanhol Jorge Lorenzo, vencer a corrida e se sagrar tricampeão da MotoGP neste domingo.
Lorenzo foi o pole position no circuito Ricardo Tormo, na cidade de Cheste, na província espanhola de Valência, e obteve a vitória de ponta a ponta diante de uma multidão de 110 mil pessoas. Com isso, o piloto da casa foi a 330 pontos no campeonato, cinco a mais que o heptacampeão da principal categoria da Motovelocidade.
Rossi saiu na 26ª colocação, a última do grid, fez uma prova de recuperação incrível e na metade das 30 voltas já era quarto colocado. No entanto, a distância para os três primeiros era de mais de 11 segundos e não foi tirada.
Ele então passou a depender de um ataque dos também espanhóis Marc Márquez e Dani Pedrosa, ambos da Honda, a seu colega de Yamaha e rival, que acabou não acontecendo. O vencedor das temporadas 2013 e 2014 ficou em segundo, e seu companheiro de equipe, em terceiro.
Valentino só havia ficado atrás na classificação geral em 2015 após o GP da República Tcheca devido ao menor número de vitórias. No entanto, com o triunfo de hoje, o sétimo neste ano, Lorenzo deixou o italiano para trás, igualou o feito que já havia realizado em 2010 e 2013 e entrou para a galeria dos tricampeões.
Foi apenas a terceira vez na história que um motociclista iniciou a última prova do ano atrás no número de pontos e reverteu a situação. Em 1992, o americano Wayne Rainey chegou à África do Sul a apenas dois pontos do australiano Mick Doohan e faturou o título com um terceiro lugar, enquanto o concorrente foi sexto.
Em 2006, Rossi sentiu o mesmo sabor amargo ao levar a pior contra o americano Nicky Hayden também em Cheste. Ele cruzou a linha de chegada apenas em 13º, e a terceira posição deu ao concorrente o campeonato.
Desta vez, o italiano tinha 312 pontos, contra 305 de Lorenzo, mas cumpriu punição por ter acertado um chute em Márquez no GP da Malásia, há duas semanas, e largou do fundo do grid, o que tornou o título improvável.
Lorenzo se manteve em primeiro na largada, e Márquez perdeu a posição para Pedrosa, mas a recuperou logo depois. Valentino apostou em uma saída por dentro, foi fazendo ultrapassagens e já fechou a primeira volta em 15º, 11 colocações à frente de sua colocação inicial.
O também italiano Andrea Iannone (Ducati), que era quarto porque o britânico Cal Crutchlow (LCR Honda) não conseguiu alinhar sua moto no grid, caiu na quarta volta, e a essa altura Valentino já era nono.
No sexto giro, o também britânico Bradley Smith (Yamaha Tech 3), que é de uma equipe satélite da Yamaha, abriu passagem para Rossi. A torcida espanhola, claro, não gostou muito, enquanto os italianos, também presentes em grande número, vibravam.
A partir daí, as ultrapassagens já não eram tão abundantes quanto antes, e na frente os pilotos da Honda evitavam qualquer problema e não atacavam Lorenzo, que seguia firme e livre à frente.
O 12º giro foi proveitoso para Valentino, que deixou o espanhol Aleix Espargaró (Suzuki) para trás com uma linda manobra e já se colocou na traseira do compatriota Andrea Dovizioso (Ducati), que não impôs muita resistência. Faltava então o pelotão de frente, do qual o heptacampeão tinha mais de 11s de diferença.
A escalada era difícil, e Rossi não conseguia reduzir a desvantagem. Com isso, ironicamente, ele dependia de um ataque de seu agora desafeto Márquez a Lorenzo, o que não ocorreu. Pedrosa ainda assumiu a vice-liderança na penúltima volta, mas seu companheiro de Honda se recuperou e completou o GP em segundo.
Vencedor da Moto2 no ano passado, o espanhol Tito Rabat (Marc VDS Kalex) subiu ao lugar mais alto do pódio, mas não ficou com o vice de 2015, obtido pelo compatriota Álex Rins (HP 40 Kalex), segundo colocado do dia.
Campeão antecipado, o francês Johann Zarco (Ajo Kalex) ficou em sétimo, enquanto o ítalo-brasileiro Franco Morbidelli (Italtrans Kalex) abandonou a corrida ainda na primeira volta.
Na Moto3, o português Miguel Oliveira (Red Bull KTM Ajo) cumpriu a obrigação na briga pelo campeonato e venceu a prova, mas o título foi para o britânico Danny Kent (Leopard Honda), que recebeu a bandeirada em nono.