18/04/2024

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Pedro Ivo Almeida e Rodrigo Mattos Do UOL, no Rio de Janeiro.

imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL

Pedro Ivo Almeida/UOL
Marco Polo Del Nero na estreia do futebol feminino do Brasil na Rio-2016.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) deu credencial de dirigente ao presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, apesar de sua ficha suja nos Estados Unidos, onde responde a processo por supostamente receber propina. Órgãos de segurança do governo brasileiro checaram processos criminais para todas as pessoas que obtiveram credenciais e repassaram a informação ao comitê. Era do comitê a palavra final sobre quem ganhava o direito ao acesso às sedes olímpicas, levando em conta as regras de seguranças.

Os dados levantados para cada credencial são sigilosos. Mas o UOL Esporte apurou que houve cooperação com organismos internacionais então todas as acusações ou mandados de prisão contra pessoas credenciados no exterior foram levantados. Nos casos de suspeita de terrorismo, houve veto ao acesso às instalações.

Mas, em outras situações, os órgãos de segurança entregaram os dados para o COI que tomou a decisão sobre o credenciamento. Del Nero é acusado de receber propina por contratos da CBF. Assim, é réu em processo acusado de três crimes nos EUA no “caso Fifa”: crimes de conspiração, fraude eletrônica e lavagem eletrônica. São considerados delitos graves e por isso há um mandado de prisão nos EUA contra o dirigente.

Esse dado aparece em qualquer levantamento junto ao FBI que tocou a investigação e colaborou com a polícia brasileira. Na verdade, qualquer um que acesse os documentos do Departamento de Estados dos EUA ou páginas da Justiça norte-americana verá o nome do cartola.

Del Nero é ainda alvo de inquérito da Polícia Federal no Brasil para apurar se os dados descobertos nos EUA configuram crimes no Brasil por conta de acordo de cooperação.

Ainda assim, o COI deu uma credencial de OCOG (Comitê Organizador Local) para o presidente da CBF. Ela tem uma tarja vermelha e dá acesso a todos os locais de futebol da Olimpíada. São três dirigentes por federação de cada país que têm direito a esse status.

Del Nero tem ido a jogos da seleção masculina e feminina com sua credencial. Outro que tem o mesmo status é o vice-presidente da confederação, Coronel Nunes.

Questionado por mais de uma semana sobre a credencial, o COI se recusou a responder ao UOL. A Sesge também foi procurada para explicar os critérios de busca dos credenciados, mas não respondeu.

Del Nero não é o único cartola envolvido em escândalo de corrupção que é bem-vindo pelo COI. O ex-presidente da Fifa João Havelange, que comprovadamente recebeu propina por contratos da entidade quando a dirigia, foi convidado para ir aos Jogos na tribuna de honra. Ele recusou o convite.

Havelange era membro do COI, mas renunciou justamente porque foi instaurado um processo para apurar as propinas que recebeu no caso ISL por contratos da Fifa. Com sua renúncia, o comitê olímpico encerrou as investigações.

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