18/04/2024

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Na contramão: Superliga masculina repatria astros, enquanto feminina perde estrelas.

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Igor Resende, do ESPN.com.br

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Bruninho voltou para a Superliga masculina, enquanto a feminina perdeu Thaísa
Bruninho voltou para a Superliga masculina, enquanto a feminina perdeu Thaísa

Um dos melhores campeonatos do mundo volta a ação mais uma vez nesta quarta-feira. E de novo a Superliga de vôlei vem forte, repleta de estrelas. Desta vez, porém, o torneio não esconderá uma grande diferença de investimentos entre as equipes femininas e masculinas.

Há, inclusive, uma inversão no mercado de jogadores. Enquanto os homens campeões olímpicos resolveram voltar para o país, as mulheres acabaram fazendo o caminho inverso e deixando o Brasil.

Na Superliga masculina, serão nada menos que 10 dos 12 campeões olímpicos em quadra. Três atletas estavam fora do país e decidiram voltar: o levantador Bruninho, o meio Lucão (ambos no Sesi) e o oposto Evandro (no Sada Cruzeiro). Só o ponteiro Lipe fez o caminho inverso e agora está atuando na Turquia – Maurício Borges, o outro medalhista, já estava no voleibol turco.

A feminina tem números inversos. Das 12 convocadas para a Olimpíada, só cinco continuam atuando no Brasil. Três atletas deixaram o país após a última temporada (a meio Adenízia foi para a Itália, enquanto a ponta Nathália e a também meio Thaísa partiram rumo a Turquia), enquanto Jaqueline ainda segue sem clube neste começo de competição.

“Poderia ser muito melhor se Garay tivesse aqui, Sheilla, Thaísa, Adenízia… Isso seria bom para o voleibol, para o Brasil”, lamenta a levantadora Dani Lins, que segue como um dos destaques do Nestlé Osasco.

“Mais times novos chegaram na Superliga masculina e os jogadores querem voltar. O feminino ainda não montou times de investimento bom para trazer as jogadoras. Acho que falta as pessoas acreditarem mais. Agora com a TV aberta (a competição será transmitida pela RedeTV) pode ser que tenhamos mais patrocinadores e mais times fortes”, completa, tentando explicar um pouco da diferença.

O fator financeiro, de fato, é o que mais pesa. “O nível dos salários caiu muito depois da Olimpíada. A crise chegou pesada no esporte também”, conta Mari, ex-atleta da seleção e agora no Bauru.

A saída encontrada pelos times femininos foi apostar em estrangeiras. Serão nada menos que 11 ‘gringas’ – contra cinco no torneio masculino. Seis das meninas de fora do país vêm da América Latina, onde a moeda brasileira ainda segue como uma das mais valorizadas.

Mas não se engane: apesar de um pouco maiores, os salários masculinos também não chegam a ser tão extraordinários assim. Pelo contrário.

“A crise pegou todos, ninguém esperava. Não estou reclamando, mas o vôlei merecia um pouco mais de valor para nós atletas. Eu tive algumas propostas para sair, mas com família, ir para um lugar onde o clima está meio tenso não é muito interessante. Tem vários fatores a analisar”, analisa o levantador William, que continua no Sada Cruzeiro.

Quem está voltando segue uma linha parecida. É o caso de Bruninho, que, após três temporadas na Itália, defenderá o Sesi. “Tinha vontade de voltar, de estar em casa. Joguei três temporadas lá e não descarto voltar a jogar fora, mas acho que era hora de voltar. Fica a vontade de voltar para o Brasil, ficar em casa, vir para um bom projeto. Foram coisas que me fizeram acreditar e voltar, não só o dinheiro”, diz.

CARAS NOVAS, VELHOS FAVORITOS

Apesar de trocas em vários times, a nata do voleibol brasileiro segue a mesma.

Entre os homens, mais uma vez o Sada Cruzeiro é o grande favorito. Mesmo perdendo os campeões olímpicos Éder e Wallace, o time se reforçou a altura e trouxe o cubano Simon, um dos melhores meios da atualidade, e Evandro, que também faz parte da seleção brasileira.

Desta vez, porém, o Taubaté promete incomodar ainda mais, reforçado pelos próprios Wallace e Éder e também por Lucarelli. O Sesi também vem muito forte, com a base mantida e as adições do calibre de Bruninho e Lucão.

O Brasil Kirin, atual vice-campeão, também quer voltar a ser uma pedra no sapato dos favoritos. E é justamente o responsável por dar o pontapé inicial da competição, nesta quarta-feira, diante do Juiz de Fora.

Entre as mulheres, o Rio de Janeiro até perdeu Nathália, mas segue parecendo um degrau acima das rivais. Mas seguirá sendo incomodado pelo Nestlé Osasco, reforçado pelas sérvias Bjelica e Malesevic, e também pelo Praia Clube, atual vice-campeão e que agora conta com a central Fabiana. O time mineiro abre a temporada na quinta-feira diante do Renata Valinhos.

Destaque também para o Fluminense, que decidiu retornar às quadras na temporada passada e conseguiu subir à elite do vôlei nacional ao ser vice-campeão da Superliga B. E que chega em alta, com o surpreendente título carioca.

VEJA OS JOGOS DA PRIMEIRA RODADA:

Superliga Masculina:

26/10 – Juiz de Fora (MG) x Brasil Kirin (SP)
27/10 – Maringá (PR) x Sesi (SP)
29/10 – Minas (MG) x Bento Vôlei (RS)
29/10 – Montes Claros (MG) x Canoas (RS)
29/10 – Caramuru Castro (PR) x Funvic Taubaté (SP)
17/11 – São Bernardo (SP) x Sada Cruzeiro (MG)

Superliga Feminina:

27/10 – Renata Valinhos (SP) x Dentil Praia Clube (MG)
27/10 – Genter Bauru (SP) x Camponesa Minas (MG)
28/10 – Pinheiros (SP) x Brasília (DF)
29/10 – Nestlé Osasco (SP) x São Caetano (SP)
30/10 – Sesi (SP) x Rio do Sul (SC)
01/11 – Fluminense (RJ) x Rexona Rio de Janeiro (RJ).

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