29/03/2024

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No dia 1º de abril, veja 10 mentiras da Copa do Mundo de 2014

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Por Thiago Arantes, do ESPN.com.br.

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A Copa no Brasil acontecerá sem dinheiro público nos estádios. Todas as arenas ficaram prontas a tempo e respeitaram o orçamento inicial previsto. Os aeroportos foram reformados, e a mobilidade urbana ganhou importantes obras, como os monotrilhos de São Paulo e Manaus, além do VLT em Brasília. Quem vier ao país não precisa se preocupar com acesso à internet, porque já estará disponível a tecnologia 4G.

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O parágrafo acima é um apanhado de mentiras. Mentiras que um dia foram promessas, mas que jamais se tornarão verdades. Mentiras que fazem parte da preparação do Brasil para a Copa do Mundo.

Mentiras que custaram, custam e custarão caro ao país.

No dia 1º de abril, o Dia da Mentira, o ESPN.com.br relembra dez das mais famosas mentiras envolvendo a Copa do Mundo de 2014:

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Ricardo Teixeira prometia uma Copa com amplos investimentos privados
Teixeira prometia uma Copa com  investimentos privados


1) Maioria dos investimentos será privada

Antes mesmo de o Brasil ser oficializado como sede do Mundial, em 2007, Ricardo Teixeira repetia em seus raros discursos uma tese: “Uma Copa bem organizada é aquela que tem recursos prioritariamente do setor privado”. Quase sete anos depois, o dinheiro público é, de longe, o principal financiador do Mundial.

2) O Governo não investirá na construção de estádios

O discurso repetido nos primeiros meses após a escolha do Brasil como sede da Copa era de que os Governos não iriam investir na reforma e construção de estádios – a ideia era que os gastos públicos fossem feitos em outras obras de infraestrutura. Hoje, 97% do dinheiro investido nas arenas é governamental.

3) As arenas construídas dentro do orçamento

Quando os primeiros orçamentos de construção e reformas de estádios para a Copa do Mundo começaram a aparecer, a lista assustava pelos valores altos – o Estádio Nacional, em Brasília, ficaria em torno de R$ 700 milhões, por exemplo; mas custou mais de R$ 1,1 bilhão. Sete anos depois, todos os estádios da Copa já estouraram a previsão de gasto inicial.

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Itaquerão Arena Corinthians
Arena Corinthians ainda não recebeu nenhum jogo oficial
4) Estádios da Copa prontos dentro do pazo

As recomendações da Fifa eram claras: os doze estádios para a Copa do Mundo deveriam estar prontos até dezembro de 2013, e o Governo garantia isso, conforme declarou o então Ministro dos Esportes, Orlando Silva em 2011; os que não estivessem ficariam fora do torneio. Estamos em abril de 2014, e a Arena Corinthians, palco ‘somente’ da abertura do Mundial, ainda não recebeu uma partida oficial.

5) O Monotrilho de São Paulo

Única obra prometida para a Copa do Mundo em São Paulo, o Monotrilho não ficará pronto a tempo para o Mundial. Depois de anos de construção e de atrasos, apenas em outubro de 2012 foi feito o anúncio de que não haverá tempo hábil para que a obra seja terminada antes do torneio.

6) Transporte público em Manaus

Quando foi anunciada como uma das 12 sedes da Copa do Mundo, Manaus apressou-se em mostrar um projeto revoluncionário de transporte público, que incluía a construção de um monotrilho e do BRT. Mas, alegando problemas burocráticos que atrasaram o início das obras, os governos estadual e municipal tiraram as obras da lista de encargos para a Copa.

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VLT de Brasília: projeto não sairá mais do papel para a Copa do Mundo de 2014
VLT de Brasília: projeto não sairá mais do papel para a Copa
7) O VLT de Brasília

Outra grande obra de estrutura de transportes anunciada com pompa foi o VLT de Brasília, O sistema de trens seria a solução para uma cidade que peca pela falta de boas opções para transporte público. A construção começou em 2007, mas parou em 2010 em meio a denúncias de corrupção. Em 2012, a obra saiu do caderno de encargos da Copa.

8) O ultimato da Fifa para a Copa do Mundo

O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, perdeu a paciência com os seguintes atrasos das cidades-sede, especialmente Curitiba. Em janeiro deste ano, o homem-forte da entidade no Brasil deu um ultimato à capital paranaense: ou as obras da Arena da Baixada avançassem até 18 de Fevereiro, ou a Copa deixaria a cidade. Passou a data, o estádio ainda não está 100% concluído, e o local segue como um dos palcos para o Mundial.

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A repercussão ruim fez a entidade se desculpar. Mas Blatter e Valcke não levaram a sério as dicas quando visitam o Brasil
Valcke chegou a dar um ultimato a Curitiba, mas a capital paranense segue na Copa do Mundo
9) Mudança na estrutura de aeroportos

A Copa seria uma ótima oportunidade para mudar a sucateada estrutura aeroportuária do Brasil. Durante os anos que se seguiram ao anúncio do país como sede do Mundial, todas as cidades – mesmo ainda na fase de candidatura às sedes – prometeram reformas, mas menos da metade de cumprir o planejado. Em Belo Horizonte, a reforma já foi reduzida para terminar antes do Mundial; em Curitiba, apenas 30% das obras estará pronta na época da Copa.
Somente dois aeroportos deverão concluir suas reformas a tempo do Mundial: Cuiabá e Fortaleza. No Rio de Janeiro, por exemplo, parte da reforma do terminal de passageiros não estará pronta, assim como em Belo Horizonte, Salvador, Manaus e Curitiba.

10) A Internet 4G

A tecnologia de acesso a internet e telefonia, que já existe em países da Europa e nos Estados Unidos, era uma das promessas para as 12 cidades-sede, devido à alta demanda durante a Copa do Mundo. Meses antes do Mundial, especialistas em telecomunicações já apontam que não há mais tempo para que o sistema seja implantado em todas estas cidades antes do Mundial.

Além disso, pelo fato de a frequência do 4G ser diferente a de muitos países como os Estados Unidos, por exemplo, alguns turistas não conseguirão utilizar o serviço nos locais em que ele estiver disponível.

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