18/04/2024

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SP recebe ‘Mundial’ de luta agarrada criado por xeque e idolatrado no UFC; confira.

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Maurício Dehò Do UOL, em São Paulo.

Para o público que só gosta de trocação e nocautes, a luta agarrada é o “patinho feio” do MMA. Mas, para os amantes de lutas como o jiu-jítsu, wrestling e sambo, uma competição status de Mundial é como se fosse um parque de diversões. E ela está de volta a São Paulo após 12 anos. Adorado por uma leva de lutadores do UFC e com a presença de alguns deles, o ADCC terá dois dias de combates, neste sábado e domingo (29 e 30), no Ginásio do Ibirapuera. Os ingressos estão esgotados.

O ADCC, sigla para Abu Dhabi Combat Club, foi uma criação visionária – e cheia de petrodólares – de um xeque radicado nos Estados Unidos e encantando com os primórdios do UFC e com o que Royce Gracie fazia com seus rivais.

Reprodução/Facebook ADCC

Mario Sperry, um dos grandes vencedores do ADCC, posa com xeques e um de seus troféus

O mentor da ideia foi o xeque Tahnoon Bin Zayed Al Nahyan, filho do famoso líder dos Emirados Árabes Unidos, xeque Zayed. Em 1993, ele completava seus estudos nos Estados Unidos, quando assistiu à primeira edição do UFC, em que Royce Gracie venceu Gerard Gordeau na final. Foi o suficiente para virar fã e passar a praticar jiu-jítsu em San Diego.

Apesar de retornar para os Emirados, o xeque Tahnoon decidiu apostar nesta paixão e criar seu próprio evento. Ousado, pretendia ser como o UFC, criando um padrão global e atraindo lutadores de todo o mundo. O foco, no entanto, foi centrado nas lutas agarradas, sem quimono. A primeira parte do plano foi pegar um espaço abandonado e montar um clube de artes marciais, com técnicos estrangeiros de ponta: jiu-jítsu, judô, wrestling, sambo… Rapidamente, virou o maior centro de lutas do mundo árabe.

Em segundo lugar, veio a criação do ADCC, a competição. Ele basicamente inventou uma modalidade, a luta agarrada, aglutinando lutadores de diversas artes marciais. O segredo foi criar regras mais neutras, que não entrassem em contradição com cada uma das lutas e permitissem que elas coexistissem na hora da disputa. E nada de trocação.

O primeiro ADCC aconteceu em Abu Dhabi, em 1998, com cinco pesos e o absoluto. Uma forma de atrair os lutadores era a premiação – sempre uma reclamação dos atletas, principalmente do jiu-jítsu. Já no primeiro, grandes nomes com medalhas de ouro: Mario Sperry (vencedor em seu peso e no absoluto) e Renzo Gracie, por exemplo. Royler Gracie, o ex-UFC Mark Kerr, Ricardo Arona… Muitos nomes famosos passaram pelo tatame do ADCC no decorrer dos anos.

A premiação não é enorme, mas os encoraja. Segundo o site do evento, são US$ 10 mil para os vencedores de cada categoria, US$ 40 mil para o campeão do absoluto e o mesmo valor para quem vence a superluta. Isso, é claro, fora os ganhos de patrocínio que um título ocasiona.

Futuras estrelas e astros já consagrados

O ADCC já rendeu a criação de lendas, a derrubada de mitos e criou um laço marcante com o UFC. Como não tem a agressão dos socos e chutes, o Ultimate costuma liberar lutadores para participar da competição. Em São Paulo, por exemplo, Hector Lombard e o ex-campeão dos leves Ben Henderson estão confirmados para lutar.

Uma das grandes derrotas do ADCC vitimou o ex-campeão dos meio-médios do UFC, Georges St-Pierre. Em 2005, ele encarou o brasileiro Léo Santos e foi pego em uma bela chave de braço voadora. O golpe é lembrado até hoje, e Léo mais tarde venceu o TUF e entrou para o Ultimate.

Entre os campeões que hoje brilham no UFC está o campeão dos pesados Fabrício Werdum. Um ás do jiu-jítsu, ele tem dois bronzes, duas pratas e dois títulos entre 2003 e 2011. O peso médio Ronaldo Jacaré totaliza dois títulos e três vices no mesmo intervalo. Já Demian Maia Maia foi campeão em 2007 e vice em 2005.

Chris Weidman, assim como GSP, também não tem grandes recordações. Em 2009, foi finalizado por Vinny Magalhães com uma chave de braço voadora.

Isso sem falar no feminino, em que a comentarista e aspirante a lutadora de MMA Kyra Gracie foi tricampeã, entre 2005 e 2011. Já a grandona Gabi Garcia venceu a categoria acima de 60 kg nos dois últimos eventos e agora briga pelo tri consecutivo, em São Paulo. Ela deve estrear no MMA em dezembro.

Nomes famosos em São Paulo

A maior estrela do MMA na disputa do ADCC no Ginásio do Ibirapuera é Ben Henderson, ex-campeão dos leves. O faixa-preta de jiu-jítsu e taekwondo disputa a categoria até 77 kg, ao lado do também UFC Gilbert Durinho e de Miltinho Vieira, que já foi da organização.

Peso médio no UFC, o cubano Hector Lombard, medalhista olímpica no judô entra na categoria até 99 kg. Outros conhecidos do público em SP são o campeão de 2011 Vinny Magalhães, Rubens Charles “Cobrinha”, o jovem (no MMA) Neiman Gracie e as estrelas das lutas especiais do evento: Mário Sperry enfrenta Ricardo Libório e André Galvão pega Roberto Cyborg Abreu.

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