Prancha quebrada e série na cabeça: algoz de Medina tenta superar ‘trauma’ em Pipeline; confira.
3 min readGuilherme Dorini e Rafael Reis, de Maresias (SP), para o ESPN.com.br.
Italo Ferreira teve um ano para se guardar na memória. Atual sexto colocado do ranking, à frente de um dos candidatos ao título, Julian Wilson, e da lenda Kelly Slater, o brasileiro de 21 anos vem de um excelente segundo lugar na etapa de Portugal, quando eliminou Gabriel Medina e foi coroado como melhor estreante da atual temporada do Circuito Mundial de Surfe (WCT). Apesar da ótima campanha, um detalhe ainda mexe com a cabeça do surfista: mandar bem em Pipeline, no Havaí, última prova da competição.
A etapa realizada em Pipeline, entre os dias 8 e 20 de dezembro, na costa norte da ilha de Oahu, no Havaí, é uma das mais tradicionais do mundo do surfe, sendo considerada a Meca da modalidade. Justamente por isso os surfistas se cobram tanto para fazer bonito por lá. Italo não pensa diferente, mas, para isso, terá que superar uma péssima experiência que teve no ano passado.
“Minha experiência não é das melhores por lá. No ano passado estava grande e fiquei duas horas para pegar uma onda… Quando peguei a primeira, quebrei minha prancha no meio e tive que sair do mar nadando, tomando várias ondas na cabeça. Depois voltei para o mar com uma prancha maior, mas tomei outra série de ondas gigantes na cabeça, acabei parando, fui arrastado até a areia e acabei desistindo. Pensei: ‘está bom né? Não vou sofrer mais”, contou Italo ao ESPN.com.br durante a disputa do WQS de Maresias.
Um ano depois, e com muito mais experiência, o surfista da Baia Formosa, no Rio Grande do Norte, teve seus melhores momentos nesta temporada em ondas menores, mais propícias aos aéreos, que trouxeram o vice em Portugal e um terceiro lugar no Rio de Janeiro, mas também mostrou grande evolução nas ondas de Fiji e Taiti, tubos clássicos, com característica parecidas com Pipeline, o que lhe traz motivação para superar esse trauma.
“Esse ano vai ser diferente. Quero um bom resultado para essa etapa, até porque fui bem nas outras etapas de tubo, como Fiji e Teahupoo, que me dediquei bastante. Vai ser uma etapa bem difícil, mas quero repetir esse bom desempenho em Pipe”, disse.
Apesar de estar na frente de Julian Wilson, Italo Ferreira já está fora da disputa do título, já que possui apenas um 13º lugar para descartar, enquanto o australiano descartará um 25º, podendo somar mais pontos no Havaí. Sua meta, no entanto, é terminar na parte de cima da tabela. “Estou vivendo o melhor momento da minha carreira e vou buscar terminar a temporada entre os dez primeiros”, finalizou.
A disputa do WCT volta ao mar no dia 8 de dezembro – com janela aberta até 20 -, quando Gabriel Medina, Filipe Toledo e Adriano de Souza terão a oportunidade de brigar pelo segundo título mundial da história do país na modalidade. Além dos três brasileiros, três australianos também seguem com chances de levantaram a taça em Pipeline, no Havaí. Julian Wilson e Owen Wright correm por fora, e Mick Fanning depende só de suas forças para ficar com o tetra.