20/04/2024

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Ex-número 1 do Brasil critica polêmica machista no tênis: ‘Retrocesso’. Entenda o fato.

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Bianca Daga W espn.com.br

“Em minha próxima vida, quando retornar, quero ser parte da WTA porque (as mulheres) se aproveitam do sucesso dos homens. Não tomam nenhuma decisão e são afortunados. Muito afortunados. Se eu fosse uma mulher tenista, me ajoelharia toda noite e daria graças a Deus pelo nascimento de Roger Federer e Rafa Nadal. Eles são os que carregaram o peso deste esporte.”

Essas declarações foram dadas por Raymond Moore, agora ex-diretor-executivo do Indian Wells, e causaram muita revolta entre as tenistas nas redes sociais. O dirigente, que renunciou ao cargo na noite dessa segunda-feira, diante da polêmica, expressou sua opinião antes da decisão feminina do torneio entre Serena Williams e Victoria Azarenka, no domingo.

Questionado sobre o tema, Novak Djokovic, líder do ranking mundial da ATP, falou que não foram comentários “politicamente corretos”, mas acha justo que os tenistas homens ganhem salário maior que o das mulheres por conseguirem atrair mais público. Ex-número 1 do Brasil e aposentada em 2013, a paulista Roxane Vaisemberg criticou o posicionamento dos dois e defendeu o espaço conquistado pelas atletas na modalidade.

“Os jogos deles são mais cheios porque é natural. Por serem geneticamente mais fortes, fazem partidas mais interessantes, mais agressivas e mais longas. Mas não é por isso que devem ganhar mais. Não dá para medir esforços assim. As mulheres viajam para os mesmo lugares, gastam o mesmo dinheiro e às vezes treinam até mais que eles. Merecemos igual, lutamos para chegar ao mesmo lugar. Não tem porque pensar num retrocesso de uma luta que continua até hoje”, opinou.

“Ele (Raymond Moore) não devia ter falado isso. Nem em relação ao tênis, nem em relação à vida. Já estamos lutando por coisas muito maiores. Falou como se ainda estivéssemos na idade da pedra. Os homens abriram o caminho no mundo do esporte por ser natural, mas as mulheres lutaram por só. Ninguém colocou uma raquete na mão da Serena e da Sharapova e as obrigou a nada. Não vejo o porquê de agradecerem a Federer e Nadal. É por existirem pessoas assim que as coisas não avançam”, completou.

A propósito: Serena Williams, derrotada por Azarenka na final de Indian Wells, por 2 sets a 0, soma mais Grand Slams (21) do que qualquer homem na história do tênis. A norte-americana de 34 anos é líder do ranking mundial da WTA.

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