Heeey! Da praça pública ao estádio de futebol, capital do MMA recebe ‘maior UFC da história’.
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André Linares e Igor Resende, de Curitiba (PR), para o ESPN.com.br.
Heeeey!
Não é nem um pouco difícil ouvir pelo mundo afora lutadores brasileiros soltando o grito acima. E, neste sábado, o UFC desembarca na terra onde ele foi criado. Na terra onde o MMA deu alguns dos seus primeiros passos. Na terra onde boa parte dos grandes lutadores do país foi forjada. Na terra que tem mais academias que padarias. Em um das capitais da luta no Brasil.
Não é à toa que Curitiba foi escolhida como o local para receber um dos maiores eventos da história do UFC. Afinal, foi na capital paranaense que um dos principais embriões do MMA surgiu, ainda no fim da década de 70, mais precisamente em 1979. Estamos falando da Chute Boxe, uma das principais academias da história do esporte.
“Eu fundei a Chute Boxe quase no início da década de 80. Sempre foi uma academia de muito sucesso, conhecida. E isso atraía muitos adolescentes. Não foi a Chute Boxe que foi em busca desses atletas. Eles que foram em busca da academia”, conta Rudimar Fedrigo, líder e fundador do time, que saiu das aulas de graça em uma praça pública para ser dono da academia que teve os principais atletas da história.
Mas de que atletas estamos falando? Bom, veja você se conhece alguns desses nomes: Wanderlei Silva, Anderson Silva, Rafael Cordeiro, Pelé Landi, Cris Cyborg, Maurício Shogun e Fabrício Werdum. Sim você não está pensando errado: a academia é dona de uma coleção dos principais títulos do mundo, com campeões do Pride ao UFC.
Mas qual o segredo da Chute Boxe? Por que é que foi em Curitiba que tudo isso aconteceu?
“O muay thai foi introduzido no Brasil pelo Mestre Naja em Curitiba. Foi meu mestre. Desde aquela época, o curitibano gostou muito do muay thai. Foi bem difundido e bem aprimorado aqui. No Rio de Janeiro a luta base era o jiu jitsu. Mas quando a gente teve um mestre jiu jitsu vindo morar em Curitiba, a gente gostou muito e começou a praticar. Fizemos a grande união das lutas, das técnicas dos dois, indo para o MMA. Esse foi o segredo”, explica Fedrigo.
Hoje, a Chute Boxe já não tem mais o protagonismo que já teve. Com a globalização do MMA, todos esses caras resolveram seguir seus próprios caminhos, a maioria fora do país com academias próprias. Mesmo assim, ainda segue revelando vários nomes, mesmo que nas sedes de Curitiba – um dos principais nomes do momento, Thomas Almeida é da filial paulista da Chute Boxe. E deixa para trás sua grande rival do passado, a Brazilian Top Team, que nem existe mais.
Da praça pública a um estádio
Neste sábado, o UFC cumpre o que era quase inimaginável no passado: sai da praça das aulas públicas do passado e chega a um estádio de futebol, a Arena da Baixada, com mais de 45 mil pessoas na arquibancadas. Já é nada menos que a terceira maior bilheteria da história da principal organização de MMA do mundo, a maior de um evento realizado no país.
E, claro, muito por causa de três pratas da casa da Chute Boxe – ou quatro, se considerarmos que Anderson Silva foi um dos principais chamarizes na venda de ingressos, mas acabou sendo retirado do card por uma inflamação na vesícula biliar. Restou, então, a Maurício Shogun, Cris Cyborg e Fabrício Werdum a missão de defender a bandeira da academia.
E cada um deles o fará com um objetivo bem diferente em mente.
Shogun já foi o melhor do mundo, mas tentará provar que ainda segue relevante diante de Corey Anderson. Cyborg finalmente ganha a chance de estrear no UFC e já chega com a pressão de confirmar todas as expectativas que existem em cima dela diante de Leslie Smith. Já Werdum luta para defender contra Stipe Miocic pela primeira vez o cinturão dos pesos pesados.
E a noite ainda conta com o duelo entre Ronaldo Jacaré e Vitor Belfort, que não passaram pela Chute Boxe, mas têm tudo para definir o próximo desafiante ao cinturão dos médios.
O evento tem previsão de início para às 19h15, com acompanhamento em tempo real do ESPN.com.br.
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