18/04/2024

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Neozelandês que brigaria por medalha no Rio foi ‘boicotado’ e virou técnico de brasileira.

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Bianca Daga, do Rio de Janeiro (RJ).

BIANCA DAGA/ESPN.COM.BR

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Patrícia Freitas e o técnico-atleta Jon Paul, da Nova Zelândia

Conquistar uma vaga olímpica é o maior sonho da maioria dos atletas. E então, quando finalmente você consegue chegar ao auge da carreira – seja pela primeira vez ou não -, recebe a notícia da federação nacional de que nenhum atleta do país vai disputar os Jogos Olímpicos, em sua prova.

Foi o que aconteceu com o velejador neozelandês Jon Paul Tobin, que viria ao Rio de Janeiro para brigar por medalha, mas em vez de ‘cair na água’ estárá em terra, como técnico da brasileira Patrícia Freitas. Os dois são atletas da classe RS:X (ou windsurfe) e acabaram se conhecendo no ano passado.

Jon Paul conquistou sua classificação para a Olimpíada em 2014 e, desde então, trava uma disputa com a YNZ (Yachting New Zealand), a federação de iatismo da Nova Zelândia. Ele e outros atletas alegavam não receber suporte financeiro e chegaram a ir à Justição questionando o processo de seleção para os Jogos no Brasil. O país decidiu, sem se explicar, não mandar nenhum atleta da categoria para o Rio.

“Foi uma longa disputa. Vai ser a primeira vez que a Nova Zelândia não vai ter nenhum competidor no RS:X. Eles não mandaram ninguém. Todo mundo parece saber que o óbvio é mandar seu atleta que se classificou. Esse é o básico da Olimpíada”, lamentou.

O vento, então, soprou para outro lado. Por intermédio do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e de Torben Grael – bicampeão olímpico, em Atlanta-1996 e Atenas-2004 e, hoje, coordenador ténico da seleção brasileira de vela -, Jon Paul, sétimo colocado em Londres-2012, começou a trabalhar com Patrícia Freitas em janeiro deste ano.

Agora atleta e técnico – pelo menos até decidir o que fará com sua carreira -, o neozelandês mora no Brasil desde maio para reviver o sonho olímpico, de outra maneira, com sua aluna.

“Windsurfe é inato. No barco o mastro está atado ao barco. No windsurfe vai muito da sensação de como se mover, são coisas muito específicas. Eu consigo entender melhor o que ela está sentindo. A Patricia é consistente, talentosa e muito boa no que faz. Precisa tentar focar em cada regata como se fosse a última e dar o seu melhor.”

A brasileira comemora a parceria, depois de ter tido quatro técnicos diferentes em menos de quatro anos. Em sua terceira Olimpíada, Patrícia Freitas sempre sofreu com a ausência de técnicos da casa especialistas no RS:X. Agora, tem a chance de evoluir tecnicamente.

“Foi um pouco de sorte minha e azar dele. A gente tem muitos medalhistas no barco, mas prancha é diferente. É como pegar técnico de vôlei e colocar no vôlei de praia. Com ele deu certo porque ele é do windsurfe, então entende melhor. Ele faz todo um treinamento voltado à preparação física dentro da água. A Nova Zelândia tem sete medalhas na prancha, então ele tem todo o conhecimento do que funciona.”

A dupla parece pronta para estrear nos Jogos Olímpicos. As disputas da classe RS:X da vela começam na segunda-feira, dia 8, a partir das 13h15 (de Brasília), e terão como palco a polêmica Baía de Guanabara, na Marina da Glória – acompanhe tudo noWatchESPN.

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