28/03/2024

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Nuzman derruba liminar e não terá rival para completar 25 anos de poder no COB.

3 min read

Gabriela Moreira, blogueira do ESPN.com.br

Passados dois dias do fim da Olimpíada, Carlos Arthur Nuzman obteve mais um ouro nos tribunais nesta terça-feira. O presidente do Comitê Olímpico do Brasil conseguiu decisão que impede que ele tenha oposição nas próximas eleições. O dirigente, que já está há 21 anos no poder, está prestes a ter o mandato renovado até 2020. A decisão foi do desembargador Marcelo Lima Buhatem, da Vigésima Segunda Câmara Cível do Rio, que havia decidido o contrário em maio, mas reconsiderou sua análise e votou contra pedido do presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor Azevedo, que tenta se candidatar. A decisão ainda é liminar.

Pelo Estatuto do COB, as chapas de oposição devem se registrar com antecedência de oito meses para o pleito, ou seja, até abril, uma vez que as eleições acontecem no último trimestre do ano (a partir de setembro). Uma chapa só pode ser registrada com a assinatura de pelo menos dez presidentes de confederações. A tese de Alaor é que nenhum dirigente aceitaria assinar com a oposição, nas vésperas da Olimpíada, pois temiam que o COB deixasse de repassar recursos para os atletas em preparação para os Jogos.

Caso Nuzman seja candidato, ainda não disse oficialmente, e não tendo oposição mais uma vez, este será o sexto mandato consecutivo do dirigente que foi eleito pela primeira vez em 1995.

Nuzman como “gerente de banco”

Os argumentos convenceram o juiz Mário Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca, que na primeira instância determinou que as chapas ficassem em sigilo e o Estatuto não fosse cumprido. Assim como avaliou o próprio desembargador que agora decide diferentemente. Na primeira decisão, o juiz concordou com os advogados de Alaor que compararam Nuzman a um “gerente de banco”, que tem o poder de liberar e confiscar verbas das confederações.

“Ao invés de se tratar de simples requisitos para registros de chapas, passa a dar margem para ser mecanismos de controle de poder e perpertuação do mesmo nas mãos de quem já lá esteja”, escreveu o magistrado na decisão de primeira instância.

REUTERS

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio 2016, durante evento no RIo
Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil há 21 anos, tenta sexto mandato

Já o desembargador explicou ao Blog que decidiu diferentemente da primeira vez pois ainda não havia ouvido as partes:

“É bem comum isso acontecer. A primeira decisão foi com base nos argumentos, mas ainda não havia ouvido as partes. Agora, com o direito ao contraditório, reconsiderei”, disse Buhatem.

Os advogados do COB sustentam que o Estatuto deve ser cumprido e ressaltam que ele foi assinado por Alaor, que agora tenta reverter os efeitos.  Já os advogados de Alaor recorrem à Lei Pelé, afirmando que o processo eleitoral da entidade é “anti-democrático”.

Nas últimas eleições, a presidência do COB foi acusada dessa prática que os advogados de Alaor tentam sustentar, de boicotar a confederação do seu adversário: Eric Maleson, então dirigente da Confederação Brasileira de Desportes no Gelo. Nuzman foi eleito por 30 votos a 1.

 

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