19/04/2024

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Do parto às medalhas: a história das gêmeas alemãs que são iguais em (quase) tudo.

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Thiago Cara, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br

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Ramona e Carmen Brussig foram ouro em Londres 2012; no Rio, conquistaram pratas
Ramona e Carmen Brussig foram ouro em Londres 2012; no Rio, conquistaram pratas

Apenas 15 minutos de intervalo separou os nascimentos das irmãs Carmen e Ramona Brussig. Gêmeas, as duas alemãs são iguais em quase tudo, do visual até as medalhas paralímpicas conquistadas. No Rio 2016, subiram ao mesmo lugar no pódio pelo segundo Jogos consecutivos.

Carmen e Ramona são unânimes ao dizer que o momento mais marcante de suas vidas foi quando faturaram medalhas de ouro no mesmo dia, há quatro anos, em Londres 2012. Desta vez, quase repetiram o feito: perderam suas respectivas finais, uma após a outra, e foram prata – como sempre, juntas.

As duas vestiram o judogui pela primeira vez com a mesma idade, aos nove anos. São separadas pelas categorias: Carmen compete até 48kg, e Ramona, a irmã 15 minutos mais nova, até 52kg.Se têm algum ritual? Dividem o mesmo quarto nas competições e “tentam vencer suas lutas”..

Ramona e Carmen, hoje com 39 anos, dizem ser parecidas em muitas coisas fora do judô, do jeito de se vestir e até mesmo a forma de pensar. Compartilham também a mesma deficiência, que faz com que só tenham 10% da visão – ambas conseguem perceber vultos, sem definir, porém, imagens.

Além das medalhas que conquistaram juntas, as alemãs também subiram no pódio em Pequim 2008, mas em lugares diferentes: Carmen foi bronze; e Ramona prata – a “caçula” por 15 minutos estreou nos Jogos Paralímpicos sozinha, em Atenas 2004, já faturando seu primeiro ouro.

No Rio, Ramona começou sua caminhada rumo ao pódio vencendo a brasileira Michele Ferreira e depois passou pela ucraniana Sevinch Salaeva. Na final, acabou derrotada pela francesa Sandrine Martinet, rival que já considerava ser uma das principais ameaças ao seu bicampeonato.

Nada, porém, a lamentar. “Quando cheguei à final, já foi o melhor momento”, disse. “Estou muito feliz por mim e minha irmã, nós trabalhamos muito duro juntas”, acrescentou.

Já Carmen, que lutou antes da irmã, estreou no Rio contra a turca Ecem Tasin e depois encarou a ucraniana Yuliya Halinska nas semifinais. Após duas vitórias, teve pela frente a chinesa Liqing Li, que acabou levando o ouro. “Foi uma competição muito dura, mais até que Londres”, resumiu.

“Foi justo ficar com a prata, estou feliz com o que consegui”, seguiu Carmen, que, assim como a irmã, disse ter competido por mais do que apenas medalhas – fossem de ouro, prata ou bronze.

“Espero que essa Paralimpíada vá inspirar o judô a se tornar mais popular aqui e em todo lugar”, disse Ramona. “Espero inspirar muitas crianças no Rio, se eles estão vindo aqui à procura de um esporte, querendo conseguir chegar às Olimpíadas ou Paralimpíadas”, completou Carmen.

Se seguirão conquistando medalhas juntas em Tóquio 2020? As respostas, claro, são parecidas. “Vou seguir enquanto estiver gostando e indo bem”, afirmou Ramona. “Vou aproveitar a medalha e ir passo a passo”, encerrou Carmen.

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