Com 27% de jogadores estrangeiros, MLB é liga que mais teme discurso anti-imigração de Trump. Entenda o fato.
3 min readESPN.com.br.
Donald Trump é o novo presidente eleito dos Estados Unidos. Apesar de campanha contrária de grande parte dos atletas e artistas do país, o bilionário venceu Hillary Clinton e assumirá o controle da Casa Branca a partir de 2017.
A escolha por Trump influenciará fortemente a maneira como os EUA atuam no cenário da política mundial. E um dos fatores mais preocupantes – que podem atrapalhar as grandes ligas esportivas – é a possível mudança no tratamento de estrangeiros.
Durante sua campanha, o novo presidente eleito deixou claro que não pretende apoiar a permanência dos imigrantes que moram no país.
A posição de Trump faz com que uma liga corra sério risco: a Major League Baseball.
Na temporada passada da MLB, que acabou no começo de novembro com o título do Chicago Cubs, uma pesquisa indicou que 27,5% dos elencos eram formados por atletas nascidos fora dos EUA. Além disso, alguns dos grandes nomes do beisebol são latinos – principalmente cubanos, venezuelanos e mexicanos, maiores alvos de Trump.
Esses jogadores, que atuam profissionalmente, moram nos Estados Unidos com um visto de trabalho que deve ser renovado periodicamente. Ainda não se sabe qual será a verdadeira política aplicada por Trump nas relações com estrangeiros.
Dias antes da votação, Phyllis Schlafly, uma ativista de 91 anos, subiu ao palanque e deu uma ideia daquilo que pode ser a vontade de Trump.
“Mais de um quarto da Major League Baseball é de estrangeiros, com quem nossos jovens têm dificuldade de identificação. Alguns deles sequer falam inglês. Esses estrangeiros entram em nosso país com vistos e tomam as vagas que deveriam ser dos jogadores americanos”, comentou ela. “Os atletas americanos são melhores, o Hall da Fama prova isso. Mas, talvez, estrangeiros sejam mais baratos e fáceis de controlar. Está na hora de cortar os estrangeiros e devolver nosso esporte para os americanos”, seguiu Schlafly.
Entretanto, a fala da ativista é contraditória, já que os quatro maiores salários da Major League Baseball pertencem a latinos – ou de origem latina. Giancarlo Stanton, que assinou por 13 anos e US$ 325 milhões com o Miami Marlins (mais bem pago da MLB), é descendente de porto-riquenhos.
Os outros três são Miguel Cabrera, nascido na Venezuela, Robinson Cano e Albert Pujols, ambos da República Dominicana. O trio tem contratos que, juntos, somam US$ 728 milhões.
PLANOS DA MLB, NFL E NBA EM RISCO
Caso Trump siga o discurso feito antes de sua eleição, ele deve atrapalhar os planos no beisebol, basquete e futebol americano
A MLB começou a se expandir para mercados fora dos EUA, e um deles é o México. Existe a intenção de criar espaço para que duas novas franquias pudessem entrar, sendo que a Cidade do México é vista como uma possibilidade.
A NFL tem ideia similar. No dia 21 de novembro, inclusive, Houston Texans e Oakland Raiders se enfrentarão no estádio Azteca, na capital mexicana – o país é o segundo que mais dá audiência para a liga no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Já a NBA, que também realiza partidas no território mexicano, é outra que planeja uma expansão em seu número de equipes. Assim como a MLB, a Cidade do México poderia ser escolhida.