20/04/2024

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35 anos, lesão e seis meses parado. O que esperar de Federer em 2017?

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Fábio Aleixo Do UOL, em São Paulo.

Há duas semanas, Roger Federer começou a desenferrujar e aquecer para a temporada com a participação na Copa Hopman, na qual fez três jogos de simples e três de duplas mistas. Após seis meses parado para cuidar de uma lesão no joelho esquerdo, finalmente voltou a dar as caras em público. Mas 2017 começará para valer para o suíço com a disputa do Aberto da Austrália, neste domingo.

Aos 35 anos, o suíço vive um momento raro na carreira. Começou o ano fora do top 10 do ranking mundial pela primeira vez desde 2002 – ocupa o 17º posto – e só vê ampliar o seu jejum em Grand Slams. Ganhou seu último título em Majors, há cinco anos em Wimbledon-2012. Na Austrália, não triunfa desde 2010.

Com o longo tempo de inatividade e a idade já avançada – é o segundo mais velho do top 20, atrás apenas de Ivo Karlovic (37 anos) – o que será possível esperar de Federer nesta temporada? O suíço garante estar faminto e para lá de motivado para buscar o 18º Grand Slam da carreira.

“Sou um jogador que gosta de estar nos grandes palcos. Gosto de fazer as coisas acontecerem na quadra de tênis. Já estava cansado apenas de ficar nas quadras de treino, academia, mesa de massagem. Sinto falta da competição”, afirmou Federer, que nas duas primeiras rodadas do Aberto da Austrália enfrentará tenistas saídos do qualifying antes de um possível choque com Tomas Berdych na terceira rodada, Kei Nishikori nas oitavas e Andy Murray nas quartas.

Uma má campanha poderá derrubá-lo bastante no ranking, uma vez que defende 750 pontos por ter chegado à semifinal no ano passado.

O UOL Esporte ouviu especialistas e ex-tenistas para saber o que de fato Federer poderá fazer em 2017? Ninguém duvida do potencial do suíço, mas apontam jogos longos e sua resistência física como os maiores obstáculos para bater de frente com Andy Murray e Novak Djokovic, os melhores da atualidade.

AFP PHOTO/PAUL CROCK

Alexandre Cossenza –  Autor do Blog Saque e Voleio, no UOL

“Ainda é cedo para dizer com exatidão o que esperar de Roger Federer. Até agora, o suíço jogou apenas três partidas na Copa Hopman – que não dá pontos no ranking – e perdeu uma. Mostrou estar recuperado da lesão no joelho, mas também revelou fragilidade nos ralis, cometendo erros e perdendo a maioria dos pontos longos para o jovem Alexander Zverev. No Australian Open, sua tarefa pode ser um tanto complicada, já que existe a possibilidade de um confronto já na terceira rodada contra um rival de peso – até Rafa Nadal pode aparecer no seu caminho assim, bem cedo. Para o resto do ano, o cenário é mais favorável. É provável que o suíço volte a brigar lá no alto, recuperando aos poucos seu status (pelo menos) como top 5. Quanto a brigar seriamente por títulos de Slam, só o tempo dirá. Federer e seu corpo de 35 anos pós-cirurgia ainda precisam se provar capazes de ganhar jogos longos e fisicamente exigentes”.

Ricardo Mello – Ex-tenista top 50 do ranking mundial

“Pela lesão que ele teve no semestre passado, este descanso foi positivo para a parte mental e para o copro. Depois de tanto tempo de carreira, você começa a sentir bastante este desgaste. Já passei por isso nos últimos anos de minha carreira. Seis meses sem jogar ajuda bastante. Mas acho que ele vai sentir bastante a parte física em jogos em melhor de cinco sets, como são os Grand Slams. Hoje vejo o Federer com mais chance de vencer os grandes jogadores e os torneios em partidas em melhor de três setes, que são mais rápidas. Mas se falando de Federer nunca pode se subestimar. Claro que ele vai sofrer no início, mas torço por ele e acredito que a volta ao top 10 é uma questão de tempo caso não tenha mais nenhum problema físico”.

Carlos Alberto Kirmayr – Ex-tenista 36 do ranking e ex-treinador de Gabriela Sabatini

“Espero que ele venha com muita fome porque ficou bom tempo parado e isso vai lhe dar um energia nova, vontade de ter um bom desempenho e, certamente, terá. Mas o respeito por ele que  os outros jogadores tinham no passado não será o mesmo por saber que ele, aos 35 anos, já não é o mesmo Federer. Podemos esperar que faça bons jogos, mas em um Grand Slam no qual é preciso fazer sete jogos e até em outros torneios grandes nos quais precisa ganhar cinco jogos em uma semana, ele pode chegar a dar sinais de cansaço. Não espero vê-lo com uma sequência grande de partidas como no passado. Mas será muito legal vê-lo mostrar que é possível jogar tênis em altíssimo nível aos 35 anos. Eu mesmo joguei até os 37 anos, sendo que parei por um quando a minha filha nasceu. Foi bom ter parado, Quando voltei ao circuito estava motivado, tinha mais gás”.

José Nilton Dalcim – Autor do Blog do Tênis, no UOL

“O Federer já está com uma idade avançada e seis meses sem competir é muito tempo parado ainda mais no estilo de jogo dele que depende muito da precisão. Acredito que esta será a provação definitiva de sua carreira. O quanto ele consegue se adaptar a novas circunstâncias e dificuldades que se apresentam. Como ser competitivo aos 25 anos. Na Copa Hopman, ele mostrou resistência física e qualidade. Jogou firme e mostrou que não perdeu a qualidade de seu tênis. Mas falando em campeonatos mais importantes a coisa muda. Ele pensa em ganhar um Grand Slam e para isso precisa vencer sete jogos em melhor de cinco contra jogadores muito mais jovens. Para este nível o Federer de 2017 ainda é uma incógnita. Acho que ele ainda pode buscar um título de peso como um Masters 1.000 ou um ATp relvante na grama, como o de Halle. Em Grand Slam, Wimbledon ainda seria a maior chance de título em Slam”.

 

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