30/01/2025

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Não basta ser fortão. Saiba como Belfort ‘malha’ a mente para bater Weidman; confira.

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NA GRADE DO MMA com Maurício Dehò.

As melhores frases da carreira de Vitor Belfort

“O passado é um cheque cancelado, já aconteceu, não muda. O futuro vai acontecer, é um cheque pré-datado, mas o hoje é o dinheiro que eu tenho. O melhor da minha vida está acontecendo hoje, no pessoal e no profissional” (sobre viver o melhor momento de sua vida) William Lucas/inovafoto

O físico de Vitor Belfort tomou conta do noticiário sobre o lutador por mais de um ano, com toda a questão de sua terapia de reposição hormonal, o banimento desta prática e um adiamento da luta pelo cinturão dos médios como Chris Weidman. O veterano teve de reconstruir seus músculos para o duelo do próximo dia 23, no UFC 187, mas não foi apenas essa sua preocupação. Seu período de preparação teve uma novidade no aspecto psicológica: o trabalho com um profissional de coaching executivo.

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Ao lado de Villela da Matta, um dos “gurus” do mundo dos engravatados, Vitor exercitou também a mente para um combate marcado pela disputa emocional e cheia de provocações entre ele e o atual campeão dos médios.

Mas, o que é coaching? O método é, segundo Villela, um processo de realização de metas, em que se busca o desenvolvimento da inteligência emocional, para alcançar melhores resultados pessoais. Basicamente, tenta-se maximizar qualidades de profissionais gabaritados, de modo a fazê-lo render mais e estar pronto para os desafios.

“Sempre fiz trabalho mental. A preparação física é importante, mas muitos esquecem da mental. Sempre treinei o corpo, a mente e o espírito. O Villela me foi apresentado pela equipe da 9ine para complementar minha preparação e faz um trabalho muito bom. Estamos nos divertindo durante nosso treinamento”, disse Belfort.

Villela afirma que não vê diferença no serviço que se presta a um atleta ou a um executivo.

“Assim como os atletas, os profissionais do mundo corporativo também precisam atuar na sua máxima performance para alcançar os resultados esperados. Ambos precisam estar preparados para responder positivamente aos desafios e pressões que as situações profissionais exigem, precisam ter bem definidas suas estratégias mentais com foco no objetivo que querem alcançar”, explicou ele.

O coach trabalha com dois pilares, que são o foco e a ação. Neste treino mental, as estratégias são traçadas para que se aumente o rendimento diário de Vitor.

“Um dos trunfos da metodologia é fazer com que as pessoas utilizem mais intensamente os seus recursos internos, expandindo assim o seu padrão mental para superar mais facilmente os desafios. As ferramentas e técnicas que utilizo incidem diretamente nas emoções positivas, responsáveis por potencializar a resiliência física, afetiva e cognitiva, de modo a ampliar padrões de comportamento e de pensamento. Assim, é possível fazer com que o atleta supere seus limites, mantenha-se motivado e tenha foco para alcançar o máximo de sua performance física, técnica e emocional em momentos decisivos”, defendeu Villela.

O coach avalia Belfort como “imbatível mentalmente” e tece grandes elogios. “Nunca conheci em minha trajetória um profissional – de qualquer área – fosse tão estratégico e mentalmente privilegiado quanto é o Vitor”. Até por isso, a dupla não dá enfoque apenas à luta com Weidman, mas na vida do lutador num prazo de até dez anos, em seu período já fora do MMA. O carioca já atua como empresário em vários projetos, entre eles uma academia

“O treinamento mental pode ser usado em todas as áreas da sua vida seja pessoal ou profissional”, pontuou Belfort.

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A evolução física de Vitor Belfort

Como peso médio no Pride, Vitor Belfort enfrentou Dan Henderson em 2006 e foi pego em teste antidoping com níveis elevados de testosterona. Leia mais Marcelo Alonso/Portal do Vale Tudo

20% técnica, 80% mente

Vitor Belfort considera que o aspecto psicológico é muito mais importante no dia da luta do que a técnica, já que todo o aprendizado foi tornado natural em anos de treinamentos.

“Os dois estão relacionados e um é fundamental para o outro. Diria que um completa o outro”, analisou o lutador.

“O próprio Vítor afirma que quando está no octógono: 80% é fator psicológico, 20% é técnica”, afirmou Villela. “Ele é um campeão nato e sabe o que tem que ser feito para estar 100% na luta. Poucos atletas sabem controlar suas emoções nos momentos que antecedem uma luta. Atletas de alta performance trabalham para melhorar milésimos do seu rendimento, pois na escala de qualidade desses gigantes, um milésimo faz muita diferença diante dos concorrentes. Uma boa metáfora para este exemplo é a Fórmula 1, decidida por milésimos de segundo.”

O fato de estar em alto nível há tantos anos naturalmente gera obstáculos dentro e fora do octógono, e é isso que Vitor tem de sempre estar apto a transpor – e a prova principal de que ele conseguiu superar tudo o que ele passou por conta do TRT se dará dentro octógono, contra Weidman.

 

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