Craques das semis, gêmeas que já confundiram técnico da seleção se enfrentam na final; confira.
3 min readESPN – W
Henrique Munhos
“Quando fomos juntas para a seleção, o José Roberto (Guimarães, técnico) não conseguia diferenciar quem era quem. Tive que ir treinar sempre um com um tênis colorido e minha irmã com ténis branco, para que pudesse saber.”
A frase é da oposta Monique Pavão, do Rexona Ades/Rio de Janeiro, irmã gêmea de Michele Pavão, do Dentil/Praia Clube, time de Uberlândia-MG. Neste domingo, elas se enfrentam na final da Superliga Feminina de Vôlei, em jogo único, que será realizado na cidade de Brasília.
Aos 29 anos Monique e Michelle chegam em grande momento para esta decisão, já que foram eleitas as craques das respectivas semifinais na última segunda-feira. Antes do jogo, elas já pareciam prever o que ia acontecer.
“Mandei mensagem para ela falando: ‘eu vou para a final, e você?’…e ela me respondeu que ia também. Estávamos confiantes para ajudar nossas equipes e fiquei muito feliz quando vi o resultado depois”, ressaltou Michele.
Quem também ficou muito feliz foram os pais das atletas, Robson e Carmen, que já compraram passagens para assistir a decisão em Brasília, juntamente do marido de Monique e do namorado de Michele.
Criadas no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, elas começaram na natação do Fluminense, mas, por influencia da irmã mais velha, Daniele, acabaram passando para o vôlei do time tricolor e ficando por lá até chegarem ao profissional, quando se separaram: Monique, para o Macaé, e Michele, para o Rexona.
“Até meu pai se confundiu uma vez, quando tínhamos 18 anos. Ele me viu escovando os dentes, depois passou em frente o banheiro minutos depois e falou: ‘De novo escovando os dentes?’…dai minha irmã teve que explicar para ele que era a Michele”, lembra Monique.
Os namorados, segundo a jogadora do Praia Clube, nunca confundiram. “Escolheram a pessoa certa e nunca trocaram,” ressaltou.
Enquanto o Rio de Janeiro vai para sua 12ª final, tendo sido campeão 10 vezes, o Praia Clube disputa sua primeira decisão. ” O forte da Monique é o ataque, minha especialidade é o fundo de quadra. Ela vai estar atacando muito, e vou estar pronta para defender. Conheço ela e vou dar muitas dicas para minhas companheiras,” declarou Michele.
Se serão adversárias na decisão da Superliga, Monique e Michele podem estar juntas na seleção brasileira, que buscará o tricampeonato consecutivo dos Jogos Olímpicos neste ano.
“Tenho esperança de ver nosso nome na lista. Se tiver oportunidade, vou ficar muito feliz. Agora é fazer uma boa partida na final e esperar essa convocação com bastante ansiedade”, finalizou a atleta do Rio de Janeiro.