A competitividade enfim apareceu no Jogo das Estrelas da NFL. Sempre criticado justamente por ser uma partida sem muita ‘pegada’, o jogo deste domingo surpreendeu e acabou com a menor quantidade de pontos em 17 anos. No fim, com direito a uma interceptação praticamente no minuto final, a AFC levou a melhor e venceu a NFC por 20 a 13.

O destaque da partida foi Travis Kelce, nomeado como MVP ofensivo do Pro Bowl. O tie end do Kansas City Chiefs pegou três passes para 36 jardas e um touchdown (lançado por Andy Dalton, do Cincinnati Bengals) – somando agora 3 TDs nos últimos dois jogos das estrelas.

Delaine Walker, do Tennessee Titans, anotou o outro touchdown da AFC, em passe de Alex Smith, também do Kansas City Chiefs.

A NFC só teve um TD, lançado por Drew Brees para Doug Baldwin (Seattle Seahawks). O QB do New Orleans Saints agora tem oito touchdowns em Pro Bowls, a segunda melhor marca do Jogo das Estrelas, atrás apenas de Peyton Manning (15).

O MVP defensivo da partida foi Lorenzo Alexander, também da AFC e do Buffalo Bills. Ele terminou com 7 tackles e uma interceptação.

Curiosamente, aliás, a partida teve o mesmo número de interceptações e de touchdowns (3 a 3). E nenhum TD do jogo terrestre, mostrando como o jogo foi mais competitivo que o normal.

Os 33 pontos somados foram a menor marca desde 1999, quando a AFC venceu por 23 a 10, somando os mesmos 33 pontos. O último Pro Bowl com menos pontos foi o de 1993, em vitória da NFL por 17 a 3.

Vale lembrar que o duelo de conferências não acontecia desde 2012 – entre 2013 e 2015 os jogos misturaram os jogadores nos times. A vitória da AFC empatou o duelo histórico com a NFC em 22 a 22.

De demitido a bilionário: conheça o dono dos Falcons, que promete levar mais de 500 funcionários ao Super Bowl.

Blank com o troféu da NFC após a vitória sobre os Packers

São 51 anos de história, 13 aparições em playoffs, mas 2017 marcará apenas a segunda vem em que o Atlanta Falcons disputará um Super Bowl. A primeira desde que o bilionário Arthur Blank comprou a franquia.

Hoje com 74 anos de idade, Blank nasceu em Nova York, estudou em Massachusetts, mas foi na Geórgia que ele se tornou um verdadeiro magnata.

Aos 36 anos, em 1978, ele e o amigo Bernard Marcus foram demitidos da Handy Dan, uma das primeiras empresas de materiais de construção e decoração dos Estados Unidos. Ambos ocupavam cargos altos na rede de lojas – Blank era vice-presidente do Financeiro, Marcus era o CEO – e, depois da saída, resolveram criar algo no mesmo setor. Foi quando nasceu a Home Depot.

Hoje, a franquia criada pela dupla é uma das maiores do país. São mais de 2 mil lojas, 385 mil pessoas empregadas e, de acordo com a Forbes, um valor de mercado que ultrapassa US$ 169 bilhões – a revista classifica a Home Depot como a 39ª marca mais valiosa do mundo.

Com a empresa sediada em Atlanta, Blank decidiu, em 2002, investir no esporte. 15 anos atrás, ele comprou os Falcons por cerca de US$ 545 millhões. Na época, a equipe vivia uma “seca” de três anos sem chegar aos playoffs desde a derrota no Super Bowl XXXIII, para o Denver Broncos.

Mas a sequência ruim acabou na temporada 2002-03. Na recém-formada NFC South e liderados pelo ainda calouro Michael Vick, os Falcons acabaram com campanha 9-6, passaram pelo Green Bay Packers no Wild Card e só caíram na rodada divisional, quando perderam por 20 a 6 para o Philadelphia Eagles.

Nas 15 temporadas com Blank, Atlanta foi aos playoffs em sete.

Com fortuna estimada pela Forbes em US$ 3,3 bilhões, o bilionário está entre os dez donos mais ricos da NFL. Com ele, o valor dos Falcons disparou para US$ 2,1 bilhões – 19º na liga. Em 2017, com investimento de mais de US$ 1,3 bilhão de Blank, Atlanta ganhará uma nova casa.

REPRODUÇÃO

Mercedes-Benz Stadium substituirá o Georgia Dome (atrás) como a casa dos Falcons

O magnata irá tirar o time do tradicional Georgia Dome, onde joga desde 1992. A próxima temporada marcará o início da ‘era Mercedes-Benz Stadium’. Com capacidade para mais de 71 mil pessoas, o estádio irá receber os Falcons e o Atlanta United, time da Major League Soccer também comandado por Blank – com inauguração marcada para julho, fez com que o valor da franquia da NFL subisse em 27% entre 2015 e 2017.

• Funcionários no Super Bowl LI

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Blank com Michael Vick, em 2006

Além do que acontece dentro de campo, Arthur Blank busca mostrar que se interessa com aquilo que ocorre nos bastidores.

Logo que os Falcons garantiram a vaga no Super Bowl, o dono da franquia prometeu levar todos os funcionários da equipe para Houston. E ele cuidaria de tudo isso.

Presidente do time, Rick McKay disse que as cerca de 500 pessoas que trabalham para os Falcons serão levadas e ganharão ingressos para a decisão, mas os detalhes ainda são discutidos.

“Futebol americano é o grande exemplo de esporte coletivo, vai além das pessoas que vemos no campo”, disse McKay. “Precisamos de muitas pessoas para que um time tenha sucesso na NFL, e os funcionários trabalham muito, muito duro por todo o ano. Arthur [Blank] ama os funcionários e um de nossos principais valores é ‘Inclua Todos’. Ele quer que aqueles que ajudaram nosso time ir ao Super Bowl possam ver o jogo em Houston”, garantiu o presidente.

ISuper Bowl LI é duelo de cidades com tradições opostas no esporte.

Gustavo Faldon, do ESPN.com.br

O Super Bowl LI, em Houston, no dia 5 de fevereiro, irá reunir duas cidades bem diferentes no quesito de disputar títulos.

A ESPN E WATCHESPN TRANSMITEM O SUPER BOWL LI AO VIVO ÀS 21H (Brasília).

Se por um lado o New England Patriots é só “mais um” gigante multicampeão em Boston, o Atlanta Falcons pode ser a esperança da principal cidade da Georgia de ser campeão em mais de 20 anos.

Juntando as quatro principais ligas profissionais norte-americanas (MLB, NFL, NBA e NHL), Atlanta tem apenas um time campeão. Em 1995, os Braves ganharam a World Series de beisebol.

Depois de 22 anos, Hawks e Falcons – Atlanta não tem uma franquia no hóquei no gelo – ainda não conseguiram repetir o feito.

A última vez em que um time de Atlanta foi finalista de sua liga foi em 1999, quando Braves e Falcons perderam a World Series e o Super Bowl, respectivamente.

Do outro lado, Boston tem nada menos do que 36 títulos espalhados pelos seus times nas quatro principais ligas norte-americanas, possuindo representantes em todas.

O Boston Celtics é o maior campeão da NBA (17 taças), os Red Sox conquistaram nove World Series, os Patriots têm quatro Super Bowls, e os Bruins têm seis títulos da Stanley Cup.

Os 36 títulos dos times da cidade de Boston são a segunda maior marca de uma cidade nos esportes norte-americano, atrás apenas dos 54 de Nova York.