Bobsled do Brasil diz que “ninguém quer perder da gente” e promete ousadia
3 min readDo Zigzagdoesporte por Bruno Freitas
Do UOL, em Sochi (Rússia)

Participação dos brasileiros em Sochi
Eles não figuram na lista de favoritos, mas querem correr por fora (melhor, deslizar por fora) para serem a grande surpresa da disputa do bobsled de quatro homens em Sochi. Os homens de azul do Brasil propagam a estratégia de agressividade desde a primeira descida na pista olímpica de Sanki Slidind Center, a partir de sábado.
O quarteto reunido pela Confederação Brasileira de Desportos no Gelo foi reunido há cerca de um ano e batalhou na reta final antes da Olimpíada para subir no ranking e conquistar a vaga, abdicando de empregos regulares no país. Assim, o time parte como azarão da disputa em Sochi, mas fala em sonho real por uma inédita posição entre os 20 melhores do mundo.
“O objetivo é chegar entre os 20. Não temos a pressão por medalhar, somos uma surpresa. Mas em um ano saímos de último lugar para estar entre os 30 melhores do mundo, que já é uma façanha muito grande. Ninguém quer perder da gente. Vamos dar o máximo possível e fazer uma linha bem agressiva, com a maior velocidade possível”, afirma Edson Bindilatti, piloto do time brasileiro.
“A gente quer viver 100% desde a primeira descida, dar o máximo. Não dá para segurar, tem que fazer o melhor nas três descidas. O objetivo é estar entre os 20 melhores para poder fazer a quarta descida”, endossa Odirlei Pessoni.
Piloto do trenó, Bindilatti é o atleta mais experiente da equipe, com três aparições em Olimpíadas. Ele esteve em edições anteriores em papéis diferentes: Salt Lake City (2002) como pusher e Turim (2006) como breakman. Agora, após os primeiros contatos com a pista de Sochi, o brasileiro diz ver uma “dirigibilidade” complicada sobre o gelo russo.
“Esta aqui é uma pista delicada, difícil de se pilotar. Você que tem que ter muita atenção e paciência na curva, porque elas são longas. Você sente vontade de sair dela logo, mas tem que esperar o momento certo”, analisa.
Além de Bindilatti e Pessoni, a equipe que compete na Rússia conta com Edson Ricardo Martins e Fábio Gonçalves Silva como titulares. O quarteto tem a orientação do técnico Cristiano Paes.
O time brasileiro entra em ação em Sochi no sábado, penúltimo dia da Olimpíada de Inverno, com duas descidas programadas. No dia seguinte tentam a classificação para a bateria final da disputa.
AGORA CHAMEM ELES DE GELO TROPICAL
Durante o empenho de classificação para Sochi, a equipe de bobsled promoveu através do Facebook uma campanha para batizar o time. O apelido de “Gelo Tropical” acabou escolhido, deixando para trás a alcunha de “Bananas Congeladas”, considerada jocosa por parte da comunidade do esporte.
O novo apelido estreia marcado pela cor azul do trenó brasileiro, aposentando o amarelo de Olimpíadas anteriores. O modelo que competirá em Sochi, usado, foi comprado recentemente junto à equipe de Mônaco.