26/07/2024

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Ex-sorveteiro, reforço do Botafogo foi do Benfica para a Série D em dois anos; conheça o cara.

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Uma das apostas do Botafogo para retornar à elite do Brasileirão em 2015 é o meia Elvis Vieira Araújo. Apesar de ter apenas 24 anos, o jogador já passou de tudo um pouco na vida, tanto nos campos quanto fora deles.

Francisco De Laurentiis, do ESPN.com.br, e Vladimir Bianchini, da Rádio ESPN.

Vítor Silva/SSPress

Elvis Treino Botafogo 15/01/2015
Elvis durante treino do Botafogo: em 2011, estava no Benfica; em 2013, foi para o Tombense

Uma das apostas do Botafogo para retornar à elite do Brasileirão em 2015 é o meia Elvis Vieira Araújo. Apesar de ter apenas 24 anos, o jogador já passou de tudo um pouco na vida, tanto nos campos quanto fora deles. Na infância, por exemplo, vendeu jornal e sorvete antes de começar a bater bola. Quando virou jogador, foi do futebol europeu para a Série D do Brasileiro em um espaço de apenas dois anos.

Revelado pelo Paraná Clube, disputou poucos jogos pela equipe, mas rapidamente chamou a atenção do Benfica, que o contratou por três anos e meio em 2011. No clube português, fez amizade com o zagueiro David Luiz, hoje no Paris Saint-Germain, e com o atacante Alan Kardec, hoje no São Paulo, além de ter vivido uma série de situações curiosas.

“A estrutura de lá me assustou! Eu era moleque, acostumado com o Paraná, de repente estava treinando com Aimar, Saviola, Luizão, David Luiz… No Paraná, tinha 10 chuveiros, mas só quatro tinham água quente. Daí no Benfica, esperei todo mundo tomar banho, ficamos eu e o David Luiz. Perguntei para ele: ‘Qual dos chuveiros que funciona?’. Ele deu risada: ‘Aqui é o Benfica, todos funcionam. Você acha que está aonde? (risos)'”. contou o meia, em entrevista à Rádio ESPN.

Em Lisboa, porém, não havia muito espaço para o jovem atleta, já que o meio-campo encarnado era recheado de estrelas. Acabou emprestado ao União de Leiria, também da primeira divisão portuguesa. Na volta ao time da capital, foi colocado no Benfica B, equipe que defendeu entre 2012 e 2013, ao lado de Kardec.

Chateado pela falta de oportunidades, preferiu rescindir seu contrato, e acertou com o Tombense, time do empresário Eduardo Uram, que também gere a carreira do atleta. Ou seja, em dois anos, o meio-campista foi do poderoso Benfica para a Série D do Brasileirão.

Mas Elvis não deu bola. Ou melhor, jogou muita bola e levou o clube de Tombos, cidade de apenas 10 mil habitantes, ao título da quarta divisão, conquistado sobre o Brasil de Pelotas. Não demorou para chamar a atenção do América-MG, que o levou no final de 2013 para a disputa da Série B. De lá, foi contratado pelo Botafogo.

“Me marcou muito morar e jogar no Tombense. Às vezes, você dá um passo atrás para dar dois à frente”, celebrou Elvis, que agora precisa convencer o técnico René Simões que merece uma chance como titular com a tradicional camisa alvinegra.

Elvis não curte rock

Apesar de ter o mesmo nome de Elvis Presley, o rei do rock, o meia não gosta das guitarras. Nem mesmo seu pais curtem. Seu nome tem uma origem bastante curiosa.

Divulgação

Elvis Benfica
Elvis passou pelo Benfica

“Todo mundo me pergunta minha família era fã do rei do rock, mas o engraçado é que não. Minha vó era descendente de italianos e não conseguia falar português muito bem. Meu nome era para ser Leandro, porque minha mãe era fã do lateral do Flamengo, mas meu pai resolveu colocar Elvis porque é um nome curto, e eles acharam que minha avó ia conseguir falar. Só que não deu certo, porque ela me chamava de ‘Errrvis’ (risos)”, gargalhou.

O atleta nasceu em Janiópolis, cidade do interior do Paraná, e na infância ajudava a família a complementar a renda. Seus principais bicos foram como entregador de jornais e vendedor de sorvetes. Desse tempo, também guarda boas histórias.

“Quando eu era entregador, às vezes atrasava um pouquinho, e todo mundo reclamava: ‘Pô, chegou atrasado o jornal? Demorou tanto que deve ser o jornal de ontem’. Hoje, depois que virei jogador, todo mundo fala que eu era ótimo entregador, que o jornal sempre chegava na hora certinha. Vai entender, né (risos)?”, sorriu.

“Tinha os picolés, também. Em dia de chuva, eu pegava o carrinho e o dono da sorveteria perguntava para mim. “Pra quem você vai vender picolé nessa chuva? Quero só ver!” Eu levava o carrinho pra casa e vendia tudo pra minha mãe (risos)”, recordou.

O que o torcedor do Botafogo agora espera é que, diferente do jornal, os passes de Elvis cheguem para os companheiros na hora certa.

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