Mineirinho ‘ignora’ freguesia para Mick Fanning no ano e desabafa: ‘É só mais um’. Entenda o fato.
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Guilherme Dorini, de Maresias (SP), para o ESPN.com.br.

Pela primeira vez em dez anos, Adriano de Souza chega no Havaí, última etapa do Circuito Mundial de Surfe (WCT), com chances reais de se tornar campeão. Apesar de ainda depender apenas de si para ficar com o título, Mineirinho, como é conhecido, poderia estar em uma situação muito mais confortável, ou até mesmo com a taça já garantida, caso tivesse desbancado Mick Fanning nos confrontos diretos desta temporada.
Em dez etapas já realizadas do WCT, Mineirinho e Fanning se encontraram em três, travando quatro duelos de alto nível, sendo duas finais. Para tristeza da torcida brasileira, Adriano venceu apenas um, eliminando o australiano nas quartas de final de Gold Coast.
As derrotas aconteceram no round 4 também em Gold Coast, esse não eliminatório, e nas finais de Bells Beach, também na Austrália, e Trestles, nos Estados Unidos. A primeira foi a mais sofrida, já que o brasileiro empatou com o anfitrião, mas acabou perdendo o título nos critérios de desempate.

Mineirinho, no entanto, tenta evitar relacionar sua situação na última etapa com as derrotas para Fanning ao longo da temporada. “O ano é muito longo, não podemos dizer que se eu ganhasse naquela etapa iria mudar alguma coisa. Não tenho o que falar, ele mereceu e ganhou. Foi melhor que eu. Só tenho que abaixar a cabeça e melhorar o que errei no passado”, disse ao ESPN.com.br durante a disputa do WQS de Maresias, em São Paulo.
Perguntado se era diferente cair na água para uma final com um tricampeão mundial, se era preciso uma preparação especial, Adriano negou. “Claro que não. Para mim é só mais um competidor, um adversário que preciso ganhar. Não caio na bateria contra um nome, entro na água contra uma lycra, contra uma pessoa qualquer que preciso ganhar”, finalizou.

Para ficar com o título, Mineirinho depende apenas de si. Caso o surfista do Guarujá vença a etapa em Pipeline, no Havaí, se sagrará campeão mundial pela primeira vez na carreira. Adriano ainda pode ficar com a taça em outros quatro cenários:

Se for vice-campeão: Fanning não pode chegar na final, e Filipinho precisa cair nas quartas.
Se parar na semifinal: Fanning não pode passar das quartas de final, e Filipinho precisar ser eliminado até o quinto round.
Se cair nas quartas: Fanning precisa perder até o quinto round, Filipinho no terceiro e Medina não pode ser campeão.
Se perder no quinto round: Filipe Toledo e Fanning não podem passar da terceira rodada, e Medina e Wright não podem ser campeões.

A disputa do WCT volta ao mar no dia 8 de dezembro – com janela aberta até 20 -, quando Gabriel Medina, Filipe Toledo e Adriano de Souza terão a oportunidade de brigar pelo segundo título mundial da história do país na modalidade. Além dos três brasileiros, três australianos também seguem com chances de levantaram a taça em Pipeline, no Havaí. Julian Wilson e Owen Wright correm por fora, e Mick Fanning depende só de suas forças para ficar com o tetra.