‘Zebra’ no Havaí, Filipinho quer superar tubos gigantes para calar críticos; confira.
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Do Zigzagdoesporte.com.br por UOL, em São Paulo.
Bruno Sergole/UOL
- ‘Rei dos aéreos’, brasileiro precisa provar que sabe surfar ondas grandes para ser campeão mundial
“Rei dos aéreos”. É assim que Filipe Toledo está sendo chamado no mundo do surfe. O brasileiro, que chega como vice-líder à etapa final da Liga Mundial de Surfe (WSL), em Pipeline, no Havaí, é o principal especialista na manobra na atualidade.
Para tornar-se o campeão mundial de surfe mais jovem da história aos 20 anos, porém, Filipinho terá que provar que também sabe lidar com os tubos gigantes da praia havaiana. E com críticas. Em que pese muito elogiado pelos aéreos que às vezes lembram até manobras de skate, o brasileiro tornou-se alvo de quem afirma que ele não sabe surfar ondas grandes.
“Eu sou muito bom em transformar toda essa pressão em motivação. É claro que haverá pessoas que vão dizer: ‘Filipe só sabe surfar bem em ondas pequenas’. Quando as pessoas dizem que eu não posso lidar com grandes barreira, aí é que eu transformo isso em motivação para ficar melhor nas ondas grandes”, afirmou Filipinho em entrevista ao site da WSL.
As críticas à habilidade de Filipinho em surfar grandes ondas começaram em Teahupoo, no Tahiti, quando ele terminou a etapa apenas na nona colocação, após perder na repescagem do quinto round para o compatriota ítalo Ferreira.
“Eu sei que eu poderia ter ido mais longe. Eu estava me sentindo super confortável no Tahiti, mas eu tive uma lesão no meu cotovelo. Eu tive alguns cortes, um dos nervos do meu cotovelo ficou inflamado e eu não pude colocar mais pressão no braço. Era super difícil subir na prancha”, relembrou o brasileiro.
“Depois daquela bateria contra Ítalo Ferreira, quando eu não surfei nenhuma onda, muitas pessoas estavam falando disso e eu pirei. Eu jero que deletei meu Instagram e meu Facebook do meu celular. Mas eu era a única pessoa que sabia o que estava acontecendo comigo. Eu sei que aquele foi um bom resultado até, mas eu sei que eu poderia ter ido além”, disse o brasileiro.
Filipinho sabe que é visto como zebra no Havaí. Teve, inclusive, que escutar do atual líder Mick Fanning que a principal ameaça na briga pelo título é Gabriel Medina – quarto colocado do ranking, também atrás de Adriano de Souza, o Minerinho, outro brasileiro que disputa o título mundial.
“Eu penso que o Medina é o mais perigoso, e ele vai disputar o título baseado no que ele conquistou em Pipeline na última temporada”, disse Fanning à agênciaLance!.
“Acho que quanto menos falarem de mim, melhor. Quero que achem que estou morto e quando perceberem, pode ser tarde”, respondeu Filipinho, em tom de brincadeira.
Será apenas a terceira vez que Filipinho surfará pela WSL em Pipeline, onde seu melhor resultado foi as quartas de final no ano passado. O surfista de Ubatuba reconhece que ainda é inexperiente nos tubos do Havaí, mas quer ser mais do que o rei dos aéreos no surfe mundial.
“O objetivo é ser o número 1.”
Veja as chances dos brasileiros na WSL
Filipe Toledo
– Precisa vencer a etapa
– Se for 2º, e Fanning e Mineirinho não podem vencer
– Se for 3º, e Fanning e Mineirinho não podem ir para final (se Mineirinho for 2º, haverá bateria de desempate*)
– Se for 5º, Fanning pode ser no máximo 5º, e Mineirinho 3º
– Se for 9º, Fanning pode ser no máximo 9º, Mineirinho 5º, e Medina 2º
– Se for 13º, Fanning e Mineirinho podem ser no máximo 13º, Medina 3º
Adriano de Souza
– Precisa vencer a etapa
– Se for 2º, Filipinho pode ser no máximo 5º, e Fanning 3º (caso Filipinho seja 3º, haverá bateria de desempate*)
– Se for 3º, Filipinho pode ser no máximo 9º, e Fanning 5º
– Se for 5º, Filipinho pode ser no máximo 13º, Fanning 9º, e Medina 2º
– Se for 9º, Filipinho e Fanning podem ser no máximo 13º e Medina 2º
Gabriel Medina
– Precisa vencer a etapa, Filipinho pode ser no máximo 9º, e Fanning e Adriano 5º
– Se for 2º, Filipinho, Fanning e Adriano podem ser no máximo 13º
– Se for 3º, Filipinho pode ser no máximo 25º, e Fanning e Adriano 13º
* Em caso de empate em pontos de dois ou mais surfistas na classificação final da WSL, haverá o “surf off”. Isto é: uma ou mais baterias extras que decide o vencedor. O número de baterias suficiente para decidir o campeão fica a cargo do comando de prova.
Ranking atualizado do Mundial de Surfe
1 – Mick Fanning – 49.900 pontos
2 – Filipe Toledo – 49.700 pontos
3 – Adriano de Souza – 49.450 pontos
4 – Gabriel Medina – 45.350 pontos
5 – Owen Wright – 43.600 pontos
6 – Ítalo Ferreira – 41.600 pontos
Ranking virtual com dois descartes**
1 – Filipe Toledo – 49,200
2- Mick Fanning – 48,150
3 – Adriano de Souza – 47,700
4 – Gabriel Medina – 44,100
5 – Owen Wright – 42,350
6 – Ítalo Ferreira – 38850
** Na WSL, ao final das 11 etapas do Circuito Mundial, os surfistas têm direito a dois descartes de suas piores notas. Assim, no fim das contas, os nove melhores resultados contam para o título mundial. Ambos os descartes, porém, só podem ser definidos após a última etapa.
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