Despedida? Pacquiao volta ao boxe entre mancha por polêmica e lugar na história.
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Antônio Strini, José Edgar de Matos e Thiago Cara, do ESPN.com.br.
“É o senso comum. Você vê animais se relacionando com outros do mesmo sexo. Animais são melhores porque conseguem distinguir masculino e feminino. Se homens saem com homens e mulheres saem com mulheres, eles são piores que animais.”
A frase infeliz é de Manny Pacquiao. Consagrado por sua carreira nos ringues, o filipino encarará uma nova realidade desde que externou em palavras seus pensamentos: a do ídolo manchado por declarações polêmicas – neste caso, preconceituosas.
O primeiro grande teste desta nova fase de Pacquiao ocorrerá neste sábado, em Las Vegas – e, curiosamente, pode ser também o último. Pela primeira vez depois da fala que gerou revolta da comunidade LGBT, o filipino testará a popularidade diante do norte-americano Timothy Bradley, em duelo válido pela categoria dos meio-médios.
Desde a declaração preconceituosa, o pugilista, um dos mais famosos da atualidade, até pediu desculpas aos ofendidos, mas reafirmou o que disse. Sofreu as consequências do ato: perdeu, por exemplo, o patrocínio com a Nike, empresa de material esportivo.
O horizonte de que a luta contra Bradley seja a última de sua carreira, porém, nada tem a ver com a recente turbulência. Aos 37 anos, Pacquiao já havia dito que tinha intenção de se aposentar após o duelo, mas, ainda assim, é difícil cravar o adeus definitivo com certeza…
A luta deste final de semana também marca o retorno do filipino aos ringues desde a derrota no ‘Combate do Século’ contra Floyd Mayweather, ocorrido em maio do ano passado. A queda diante do grande rival também levantou questões sobre a atual capacidade (física e técnica) de Pacquiao – após a luta, foi revelada uma lesão no ombro do lutador.
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NA HISTÓRIA
Pacquiao e seu principal promotor cravaram que a luta contra Bradley será a última. Se a aposentadoria for confirmada, o legado do filipino está sedimentado na história do boxe, seja com vitória ou derrota. Nenhum outro lutador ganhou cinturões em tantas categorias diferentes como ele, assim como ninguém foi tantas vezes eleito “melhor do ano” no prêmio mais respeitado da modalidade.
- 8
- títulos de categorias diferentes tem Manny Pacquiao, dois a mais do que o segundo da lista, Oscar De La Hoya, que venceu seis. Floyd Mayweather, outro nome consolidado entre os maiores da história, conquistou cinco cinturões em pesos distintos, assim como Thomas Hearns e Sugar Ray Leonard.
- 3
- vezes a BWAA (Boxing Writers Association of America) elegeu Manny Pacquiao como lutador do ano (2006, 2008 e 2009), mesmo número que lendas como Muhammad Ali, Evander Holyfield, Joe Frazier e Floyd Mayweather.
A TRILOGIA COM BRADLEY
O pugilista asiático se testará pela terceira vez contra Bradley, cinco anos mais jovem (37 a 32) e responsável por chocar o mundo do boxe em 2012 ao batê-lo por decisão dividida (e para lá de polêmica) – Pacquiao chegava embalado por 15 vitórias consecutivas na ocasião. Na revanche, em 2014, o Pacman triunfou ao dominar o rival e convencer todos os árbitros.
Apesar do histórico de equilíbrio, com uma vitória para cada lado, os números mostram clara superioridade de Pacquiao contra o rival:
- 151
- golpes a mais acertou Pacquiao em Bradley nos últimos dois combates entre ele (451 a 300).
- 119
- foi a diferença de golpes significativos que Pacquiao teve a mais que Bradley nas duas lutas.
- 34%
- é o aproveitamento que Pacquiao teve na relação golpes desferidos e acertados contra Bradley, que tem marca de 21% no quesito.
- 253
- golpes absorvidos, marca do segundo combate contra Pacquiao, são o máximo que Bradley já sofreu em sua carreira (36 combates).
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