Há oito anos, ele quase desistiu do basquete e não tinha quadra para jogar. Hoje, é o melhor pivô da NBA.
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Mesmo contando as inúmeras lesões, é seguro afirmar que Anthony Davis é o melhor pivô da NBA na atualidade e, aos 23 anos, tem tudo para se tornar o maior da posição dessa geração. Mas por pouco ele privou os amantes do basquete de ver seu talento.
Nascido e criado em Chicago, Davis entrou na escola Perspectives Charter na sexta série e se formou lá. Apesar de academicamente ser uma referência no estudo publico local, em especial em matemática e ciências, nos esportes o colégio era ruim.
A escola não tinha ginásio. Por isso, Davis e seus companheiros tinham que usar as instalações de uma igreja próxima ao colégio.
“Você tratava todo jogo como fora de casa. Você se acostuma à negatividade, vaias e todos indo contra você. Agora, não trato nenhum jogo como fora ou dentro de casa. Trato todos de forma igual, já que nunca tive a chance de jogar em casa num ginásio”, disse Davis, durante teleconferência realizada na terça-feira.
“Tinham cerca de 400 pessoas na minha escola da 6ª série até o último ano do colegial, era uma escola pequena. Era uma luta, honestamente. Isso me ajudou a ser o jogador que sou hoje, a mentalidade, trabalhar mais duro por tudo. Tentar colocar seu nome no mapa quando não se tem um ginásio na escola é difícil”, completou o pivô.
Por estar em uma escola sem tradição nos esportes, ninguém sabia da existência de Anthony Davis. E as condições esportivas da Perspectives Charter eram precárias. “Nós usávamos uniformes do avesso antes do meu último ano no colegial. E usávamos tênis de diversos modelos, então não parecíamos um time”, afirmou, ao site “Nola.com”, em 2012.
E desmotivação de continuar no esporte só aumentava.
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“Eu não tinha vontade de jogar. Antes do meu último ano no colegial, achava que o basquete não era para mim. Eu sempre ouvia falar que os olheiros vinham te ver no penúltimo ano, isso nunca aconteceu comigo”, relembrou.

Nem mesmo a altura de Davis facilitava. Aos 15 anos, ele jogava como armador e tinha 1,88m. Aos 17, 2,03m.
Davis recebeu um convite para um time da AAU (liga amadora que tem o objetivo de revelar talentos) e demorou a engrenar. “Eu comecei a jogar lá e pensei que poderia me ajudar. Comecei a leva a sério e hoje estou aqui”.
Jogando na AAU, Anthony Davis enfim teve os holofotes do basquete a seu redor. E não demorou para que muitos reconhecessem seu talento. No último ano de colegial, já atuando próximo ao garrafão, recebeu propostas de universidades grandes no esporte para uma bolsa.
Davis optou por Kentucky, uma potência no basquete e onde ele se tornou um fenômeno nacional com médias de 14,2 pontos, 10,4 rebotes, 1,3 roubos e 4,7 tocos e o título universitário. O pivô não quis ficar mais um ano na faculdade e foi direto para o Draft da NBA, onde foi escolhido como primeiro no geral pelo New Orleans Hornets.
Em cinco anos na NBA, Davis tem médias de 22 pontos, 10 rebotes, 1,3 roubos e 2,4 tocos por partida e já está indo para o seu quarto All-Star Game. No dia 19 de fevereiro, diante de seus torcedores, ele será titular do Oeste no Jogo das Estrelas, em Nova Orleans.
“Eu quero tentar ir lá e ganhar o MVP. É em Nova Orleans. Vou tentar lá e jogar meu melhor. E ser MVP é um dos meus objetivos. Jogar em Nova Orleans diante do meu público será algo especial para mim”, afirmou.
