14/03/2025

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Preparador diz que ‘novo Guga’ atrapalhou Bellucci e acredita que brasileiro voltará a seu melhor nível. Entenda o fato.

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João Gabriel, do ESPN.com.br

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Thomaz Bellucci, tenista brasileiro, durante as Olimpíadas do Rio 2016
Thomaz Bellucci, tenista brasileiro, durante as Olimpíadas do Rio 2016

Cassiano Costa é o novo preparador físico de Thomaz Bellucci, mas na verdade é um velho conhecido do brasileiro. Os dois trabalharam juntos em 2009 e 2010, quando o tenista alcançou seu melhor ranking na carreira (21° do mundo) Hoje, o desafio é diferente, já que o atleta está fora do circuito desde agosto.

Em entrevista ao ESPN.com.br, Cassiano explica porquê Thomaz não conseguiu subir ainda mais na tabela da ATP, anos atrás. Um dos motivos foi a grande expectativa colocada sobre ele, que na época chegou a ser comparado a Gustavo Kuerten, além das dificuldades estruturais que o esporte enfrenta no Brasil.

“Os atletas brasileiros, com dificuldades de investimento, tem ficado preso às (poucas) opções do país. Na Europa e nos Estados Unidos, os caras tem tudo à mão. Mas fundamentalmente a expectativa que colocaram nele (o atrapalhou). Sempre ficou isso de ‘novo Guga’ e é difícil para lidar. Parece fácil, mas é difícil pra caramba!”

O preparador explica que Bellucci foi “massacrado” por por não ter conseguido corresponder ao status que deram a ele: “É um cara focado, concentrado pra caramba e o pessoal acha isso falta de carisma”.

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Bellucci perdeu na estreia do US Open de 2017
Bellucci perdeu na estreia do US Open de 2017

Ao reencontrar o tenista após sete anos, Cassiano confessa que seu corpo “já esteve mais forte”. Contribuem para os problemas físicas do atleta dores crônicas no calcanhar de aquiles e um recorrente problema de desidratação. “Imagina um carro. Quando você liga ele, a vitamina seria a gasolina para o carro funcionar. Aparentemente o Thomaz tem algumas vitaminas abaixo (do ideal). Com isso, o mecanismo de controle do calor sofre muito”, explicou.

Some isso ao avanço da idade, um problema na lombar (que provavelmente nasceu quando o brasileiro ainda era garoto) e dores no ombro (com as quais “ele e 80% dos tenistas” de saque forte sofrem). O resultado? “Para o corpo, é brutal”, explica.

Sob este quadro, Cassiano diz que seu trabalho focará em três pontos: resistência durante os pontos, recuperação entre eles, e aumento da potência física. Sua estratégia é “incomodar” o atleta nos treinamento, mudando desde o local dos trabalhos à agenda de compromissos, exigindo ainda mais de seu corpo.

Uma visão otimista a longo prazo, mas ainda incerta em curto.

Sobre a chance de “antecipar o fim da temporada”, Costa diz que depende dos resultados médicos que ainda estão por chegar, admite a possibilidade de Bellucci ficar fora pelo menos dos grandes torneios até dezembro, mas mostra confiança: “Seguramente ele somará pontos ainda em 2017”.

Cassiano acredita que, ao final de seus 29 anos, Bellucci ainda pode jogar em alto nível por muito mais tempo. “Essa coisa da curva decrescente (a partir dos 30 anos de idade) vem mudando. Federer e Nadal estão mostrando isso. Nós estamos revendo a estrutura de treino dele. O Thomaz tem gás para bons cinco anos, pelo menos”, explicou.

Bellucci não joga desde sua estreia no US Open, em agosto, e desde então foi cortado também da Copa Davis por problemas físicos. Mas nada disso abala o otimismo de seu preparador, que finaliza: “A esperança (em sua volta ainda melhor) é total pela vontade que ele está. Ele está mordendo, vindo com tudo!”

 

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