MLB volta depois de mercado estranhamente frio e com sobra de acordo entre patrões.
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Do Zigzagdoesporte.com.br por espn.com.br
Nesta quinta-feira, pela primeira vez desde 1968, a temporada da MLB começará com todas suas equipes em campo no mesmo dia. Trata-se de um começo quente após um inverno frio em todos os aspectos.
Apesar dos relatos de que a liga mais uma vez teve um crescimento em suas receitas, ultrapassando a marca dos US$ 10 bilhões (R$ 33,42 bilhões) pela primeira vez, o mercado de jogadores foi um dos menos agitados de todos os tempos.
Yu Darvish teve que esperar até fevereiro para assinar com o Chicago Cubs, enquanto J.D. Martinez e Jake Arrieta só acertaram com seus novos times, respectivamente Boston Red Sox e Philadelphia Phillies, após o início dos treinamentos da primavera.
Os acordos fechados, aliás, não impressionaram. Darvish, por exemplo, acertou um vínculo de seis anos e US$ 126 milhões (R$ 420,84 milhões), cerca de 20% menos do que os Cubs gastaram com Jon Lester três temporadas atrás.
“Isso é ridículo. Tem muito dinheiro neste jogo. As (receitas) estão crescendo. Nosso jogo não está sofrendo. Existe dinheiro para ser gasto e, por alguma razão, não estão gastando”, disse o arremessador Jon Lester, dos Cubs.
“Eu adoraria dizer que estamos acertando o terreno para alguns acordos que vão vir no futuro”, completou, em tom de quem duvida de que esta seja a real causa.
Alguns apontam que este “resfriamento” do mercado acontece pela expectativa para a próxima janela de transferências, quando nomes como o de Bryce Harper e Manny Machado devem estar disponíveis, e podem promover uma inflacionada disputa entre as franquias.
Há também aqueles que apresentam justificativas para que não se invista tanto em veteranos. E elas fazem sentido: desde 2012, 10 jogadores receberam contratos de US$ 200 milhões ou mais – Pujols, Price, Kershaw, Stanton, Miguel Cabrera, Joey Votto, Robinson Cano, Max Scherzer, Zack Greinke e Prince Fielder – sendo que nenhum deles levou o time a uma World Series.
Mas o temor é de que tudo isso ocorra por um acordo entre os donos das franquias para evitar que os jogadores fiquem com a maior fatia das receitas da liga. E há motivos para acreditar nesta possibilidade, já que ela não seria inédita.
Por três anos seguidos – 1985, 1986 e 1987 – os proprietários das franquias da MLB “conspiraram” para limitar os contratos dos jogadores livres no mercado. O sindicado dos atletas processou a liga nas três oportunidades, e os jogadores ganharam todas as causas.
O cenário se manteve tranquilo desde 1995, depois que uma greve dos jogadores fez com que a World Series fosse cancelada no ano anterior. Mas os últimos meses ligaram o alerta novamente.