07/09/2024

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‘Unha e carne’, Gilmar defendeu Dunga até no corte de seu cliente Imperador, em 2010 .

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O tetracampeão mundial Dunga é contestado por conselheiros no Beira Rio

Camila Mattoso e Tiago Leme, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br.

Gazeta Press

Gilmar Rinaldi (E), coordenador de seleções da CBF, com o presidente José Maria Marin durante entrevista coletiva
Gilmar Rinaldi (E), coordenador de seleções da CBF, com o presidente José Maria Marin durante entrevista coletiva

Quando Gilmar Rinaldi foi anunciado como novo coordenador da seleção brasileira, os amigos mais próximos já davam como certa a volta de Dunga para o comando do time. Com ou sem informações, as pessoas mais íntimas tinham certeza de que eles se reencontrariam vestindo o verde e o amarelo. Conhecida por ser unha e carne, a dupla tem um passado de amizade e companheirismo de mais de 30 anos, entre vitórias, derrotas e boas histórias.

Entre medalhas e troféus, uma lembrança chama a atenção, já fora dos gramados. Em 2010, Dunga frustrou seu amigo-empresário, deixando fora da Copa do Mundo o principal jogador do leque de Gilmar. Adriano, em má fase, enfrentando dificuldades especialmente na vida pessoal, não apareceu na lista dos 23 convocados para o Mundial da África do Sul, sendo trocado pelo atacante Grafite.

“Demos inúmeras chances para o Adriano reverter uma situação, mas aí vem a frase que vocês não gostam, que é a tal da coerência, da convicção e do comprometimento. Chegou um momento no qual eu precisei tomar uma decisão pensando no coletivo”, explicou o então comandante da seleção, dias antes da viagem para o maior torneio de futebol do mundo.

Se alguém achava que a atitude do técnico seria motivo para provocar um mal-estar com o velho parceiro de Internacional e seleção, se enganou. Gilmar Rinaldi foi sensato ao repercutir o corte de seu principal ativo e deu razão para Dunga.

“Foi uma coisa mais ou menos esperada pelas coisas que aconteceram nos últimos tempos. Foi uma convocação coerente de Dunga, ele foi justo”, afirmou o empresário, logo depois do anúncio dos convocados ser feito, em maio de 2010.

Menos de um ano depois, Rinaldi e Adriano romperam. O Imperador foi parar no Corinthians por intermédio de Ronaldo Fenômeno, sem colocar o agente na conversa, em nenhum momento. A atitude chateou o ex-goleiro, que anunciou o fim da parceria.

Antes disso, no entanto, Dunga e Gilmar já tinham muita história para contar.

Os dois se conhecem desde a década de 1980, quando defenderam juntos o Internacional de Porto Alegre. Foram campeões estaduais de 1983 e, no ano seguinte, foram juntos a Olimpíada de Los Angeles, em que conquistaram a medalha de prata. O técnico Jair Picerni decidiu levar a base da equipe gaúcha, que havia sido eliminada do Brasileiro, já que estava com dificuldades de formar sua seleção.

Mas foi em 1994 que a dupla se consagrou com a camisa verde e amarela. Gilmar, terceiro goleiro, e Dunga titular e capitão. Apesar de ser reserva do reserva, o então goleiro era famoso pela liderança que tinha fora de campo. O agora treinador da seleção, por outro lado, era quem mandava dentro das quatro linhas. O papel desempenhado pelos dois na época ficou famoso por ter ajudado o Brasil a conquistar o tetracampeonato.

Juntos novamente, eles têm agora outros desafios. O primeiro é de se firmarem na seleção, o que tem sido difícil nos útlimos anos, como vem mostrando a história. Cumprido o primeiro objetivo, o coordenador-geral e o treinador precisam formar um bom elenco e têm como alvo a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. A grande missão é tentar apagar, pelo menos um pouquinho, o desatroso 7 a 1 contra a Alemanha, na semifinal do Mundial em casa.

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