De prefeito a fabricante de cosméticos: que fim levaram os reservas de Rogério Ceni; confia matéria curiosa.
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Francisco De Laurentiis, do ESPN.com.br.

Desde que chegou ao São Paulo, em 1990, Rogério Ceni viu muitos goleiros esquentarem o banco de reservas, esperando algumas poucas chances de jogar na ausência do ídolo.
24 anos depois, cada um desses suplentes teve destinos curiosos.
O primeiro reserva de Ceni, por exemplo, hoje é prefeito em Goiás, enquanto outro tem uma fábrica de cosméticos em Orlando, nos EUA.
O atual banco de Ceni é Dênis, que ainda terá que esperar mais um pouco até virar titular do clube do Morumbi, já que, nesta sexta-feira, o arqueiro de 41 anos anunciou que renovou seu contrato até 5 de agosto de 2015.
“Oi, torcedor são-paulino. Queria agradecer, de coração, a força que vocês me deram, o grito da arquibancada, as mensagens, enfim. Estamos juntos em 2015. Mais uma Copa Libertadores”, afirmou o goleiro, em um vídeo divulgado na página do clube no Facebook.
Veja que fim levou cada suplente do “mito” são-paulino:
Paulo Sérgio
Primeiro reserva de Rogério Ceni, entre 1997 e 1999, Paulo Sérgio de Rezende hoje tem 40 anos e é prefeito de Hidrolândia, cidade próxima a Goiânia, capital de Goiás. Foi eleito em 2012, com 7.389 votos, 64,31% do total do município.
O arqueiro assumiu a titularidade por cinco jogos, durante a transição entre Zetti, que havia ido para o Santos, e a entrada de Ceni na meta tricolor.
Levou 10 gols nestas partidas, e perdeu a posição para aquele que viria a se tornar o maior ídolo da história da equipe do Morumbi.
Pelo São Paulo, somou uma vitória, dois empates e três derrotas.
Roger
“Maior” reserva de Ceni, Roger José de Noronha Silva ficou no banco de 1997 a 2005, sendo emprestado para Vitória e Portuguesa no período.
Em quase 10 anos, fez apenas 49 jogos, levando 64 gols: média de 1,31 por partida.
Conhecido também por ter posado nu para uma revista voltada para o público gay, em 1999, ele encerrou a carreira em 2008, no Botafogo, com uma lesão crônica no ombro. Depois disso, entrou para a política.
No mesmo ano em que parou, acabou eleito vereador de sua cidade natal (Cantagalo-RJ), com 599 votos. Em 2012, tentou virar prefeito no mesmo local, mas não conseguiu.
Alencar
Talvez o reserva de Ceni que mais tenha deixado uma triste memória para os torcedores, Francisco de Paulo Alencar Filho é lembrado por ser o goleiro que falhou repetidas vezes e levou 7 gols no Vasco no Brasileirão de 2001.
Pelo time do Morumbi, fez apenas cinco partidas, levando 18 gols, o que dá uma média de 3,6 tentos por jogo.
Após deixar o São Paulo, em 2002, passou União Barbarense, Caldense, Democrata-MG, São Bento, América-MG, Marília, Iraty e Gama, onde encerrou a carreira.
Atualmente, tem uma escolinha de goleiros na cidade de Londrina, no Paraná, onde nasceu.
Flávio Kretzer
Chegou como grande promessa do Avaí, em 2004, e ficou até 2006. Fez parte do elenco campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes da Fifa, em 2005.

Durante seu tempo como atleta tricolor, Flávio Roberto Kretzer fez pouquíssimos jogos: apenas quatro, levando sete gols.
Sem espaço no Morumbi, rodou por vários clubes do Brasil e também pelo Dínamo Bucareste, da Romênia. Pelo Sport, foi campeão pernambucano em 2006.
Encerrou a carreira após o Campeonato Mineiro deste ano, pelo Tombense. Perdeu a chance, portanto, de se sagrar campeão brasileiro da Série D no fim da temporada.
Mateus
Revelado nas categorias de base tricolores, Mateus Versolato Júnior foi sendo emprestado para várias equipes no período em que atuou no São Paulo, entre 2003 e 2009, até sair para o Telstar, da Holanda.
Fez apenas uma partida pela equipe profissional do time paulista, e saiu sem sofrer gols.
Seu último clube foi o Rio Claro, pelo qual disputou o Campeonato Paulista da Série A-2, em 2011.
Bosco
Outro atleta conhecido por ficar muitos anos na reserva de Rogério Ceni, João Bosco de Freitas Chaves conquistou três Brasileiros e o Mundial de 2005 esquentando o banco do “mito”, a quem sempre descreveu como um “cara fantástico”.
Ao todo, fez 41 partidas pelo São Paulo entre 2005 e 2011, quando encerrou a carreira. Tomou só 39 gols, deixando o time com uma respeitável média de 0,95 gol sofrido por duelo.
Atualmente, mora em Orlando, nos Estados Unidos, onde é sócio de uma fábrica de cosméticos com sua mulher. Também possui uma clínica de estética em São Paulo.
Recentemente, processou o time do Morumbi na Justiça do Trabalho, pedindo R$ 4 milhões. Saiu parcialmente derrotado, e recebeu cerca de R$ 400 mil.
Fabiano
O gigante Fabiano Ribeiro de Freitas, de 1,97m, foi contratado em 2007 pelo São Paulo, mas foi outro que pouco conseguiu jogar devido à regularidade de Ceni.

Fez só um jogo pela equipe tricolor: 1 a 1 com o Fluminense. Aos 19 anos, acabou salvando seu time da derrota, ao defender um pênalti cobrado por Gabriel.
Nunca se firmou na meta são-paulina, e foi a Toledo-PR, Santo André e América-RN durante o período em que foi atleta tricolor.
Deixou o Morumbi em 2011 para jogar no Olhanense, de Portugal. Fez boas partidas e foi contratado pelo Porto, que inicialmente o colocou em sua equipe B. Atualmente, porém, faz parte do primeiro escalão de atletas dos “Dragões”.