Etíope ‘sobra’ e comanda dobradinha do país na São Silvestre masculina; Giovani é 5º. Veja como foi.
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O etíope Dawit Admasu “sobrou” nesta quarta-feira e, com um sprint final monstruoso, foi o vencedor da 90ª Corrida de São Silvestre masculina, com tempo de 45min06s. Com isso, a Etiópia fez “dobradinha” na tradicional prova paulistana, com triunfos tanto entre os homens como entre as mulheres – no feminino, Ymer Ayalew terminou em 1ª.
Stanley Kooch, do Quênia, e Fabiano Naasi, da Tanzânia, completaram o pódio. Mark Korir, também queniano, foi o 4º colocado na corrida.
O brasileiro Giovani dos Santos fez grande prova, acompanhando os africanos durante os 15 km do percurso. Ao final, por pouco não conquistou um pódio, terminando na 5ª posição.
“Temos que vir trabalhando e uma hora a gente chega. Estou feliz e tenho certeza que uma hora a São Silvestre vai ser minha”, disse Giovani, em entrevista à TV Globo, enquanto chorava na linha de chegada, na avenida Paulista.
“(Estou chorando) pelo meu sobrinho, que faleceu semana passada, não pude nem ir ao enterro dele”, explicou.
Com o triunfo de Admasu, a Etiópia acaba com o domínio de dois anos seguidos do Quênia, que vinha de vitórias de Edwin Kipsang em 2012 e 2013. O último etíope a vencer a corrida de rua de São Paulo havia sido Tariku Bekele, em 2011.
Já o último brasileiro a ganhar foi Marílson Gomes dos Santos, em 2010. “Mais uma vez, consegui o pódio. Eu acho que eles [africanos] vêm sempre forte, mas estou trabalhando. Quase encostei, mas senti no final”, finalizou Giovani.
A prova
A edição de 2014 da São Silvestre foi considerada uma das mais fortes da história, com a presença de atletas renomados como Tariku Bekele, medalhista nos Jogos Olímpicos de Londres 2012,e Mark Korir, vice-campeão do evento duas vezes.
A primeira fuga da prova nesta quarta-feira ocorreu com um terço da prova concluída. O queniano Edwin Kiprop tentou, sem muito sucesso, se desgarrar do pelotão de frente, a esta altura composto praticamente de corredores africanos. Giovani dos Santos era o único atleta nacional acompanhando o ritmo imposto pelos rivais estrangeiros até então.
Outros dois atletas africanos, o etíope Dawit Admasu e o queniano Cybrian Kimurgor Kotut, tentaram se distanciar dos concorrentes quando a prova passava pelo Centro de São Paulo, onde o percurso tem o formato de um coração. Os rivais, no entanto conseguiram alcançá-los antes da chegada à Avenida Brigadeiro Luis Antônio, formando um novo pelotão de cinco corredores.
A uma pequena distância, Giovani dos Santos tentava acompanhar o ritmo dos africanos para poder brigar por posições melhores nos metros finais. Na tradicional subida da Brigadeiro, ele apertou o ritmo e conseguiu subir da sexta para a quinta posição.
Próximo da entrada da Avenida Paulista, Dawit Admasu voltou a correr em ritmo mais forte do que seus rivais e conseguiu pequena vantagem na prova. A 500 metros do fim, o etíope já tinha frente segura sobre os concorrentes e ainda acelerou para garantir a dobradinha na São Silvestre para seu país.