17/12/2024

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Quem votou em Rússia e Catar morreu, sumiu, foi preso ou terá de se explicar. Entenda o fato.

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Thiago Arantes, de Barcelona, para o ESPN.com.br.

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Joseph Blatter, o presidente da Fifa: por enquanto, um dos poucos que se salvou
Joseph Blatter, o presidente da Fifa: por enquanto, um dos poucos que se salvou

Foi em 2 de dezembro de 2010 que o comitê executivo da Fifa, reunido em Zurique, elegeu Rússia e Catar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.

Em tese, seriam 24 os membros com direito a voto – a cúpula do poder da entidade naquela época. Os homens que definiram o rumo do evento mais importante do esporte mais popular do planeta.

Mas, dias antes da escolha, dois deles foram excluídos do processo: Amos Adamu, presidente da Federação Nigeriana de Futebol, e Reynald Temarii, presidente da Confederação da Oceania, foram suspensos por terem, supostamente, negociado seus votos.

Era apenas o início de uma série de escândalos que já atingiram praticamente todos os 24 dirigentes desde então – o último episódio nesta quarta-feira, também em Zurique, quando sete pesos-pesados da entidade foram detidos em uma investigação do FBI.

Olhando para trás, é possível perceber o tamanho do buraco em que a entidade se colocou. Daqueles 24 dirigentes, praticamente todos ainda estão ligados – como condenados, réus, suspeitos ou cúmplices – a casos de corrupção.

Veja abaixo que eram os 24 membros daquele comitê e o que aconteceu com cada um deles:

Joseph Blatter – presidente da Fifa, candidato ao quinto mandato neste ano. Por incrível que pareça, é um dos poucos que conseguiu se salvar de envolvimento direto ou de denúncias formais desde então. Ainda assim, segundo

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Julio Grondona, chefão do futebol argentino por 35 anos, morreu em 2014
Julio Grondona, chefão do futebol argentino por 35 anos, morreu em 2014

Julio Grondona – presidente da AFA (Associação de Futebol de Argentina) durante 35 anos, morreu em 30 de julho de 2014 depois de sobreviver a inúmeras denúncias e polêmicas.

Issa Hayatou – Camaronês, presidente da Confederação Africana de Futebol desde 1988. Vice-presidente de honra da Fifa. Terá de prestar esclarecimentos à polícia suíça no processo sobre a eleição de Catar e Rússia.

Chung Moon-joon – vice-presidente honorário da Fifa, não faz mais parte do comitê executivo. Não tem condenações, nem é procurado pela polícia.

Jack Warner – um dos presos na manhã de quarta-feira, em Zurique, é antigo conhecido por seu envolvimento em casos de corrupção: uma das mais antigas, a venda de ingressos da Copa de 2002 no mercado negro.

Angel María Villar – presidente da Real Federação Espanhola de Futebol. Terá de prestar esclarecimentos à polícia suíça.

Michel Platini – presidente da Uefa desde 2006. Em 2014, teve seu nome associado à possível compra de votos para a Copa no Catar. Entretanto, ainda não há acusações formais ou processos publicamente conhecidos contra ele.

Geoff Thompson – ex-presidente da Federação Inglesa de Futebol (FA), vice-presidente da Uefa e da Fifa. Liderou a candidatura da Inglaterra para a Copa de 2018. Não há acusações formais ou processos publicamente conhecidos contra ele.

Michel D’Hooghe – ficou conhecido ao denunciar para a Fifa que um emissário da candidatura russa à Copa de 2018 tentou presentear-lhe com um quadro, em busca de votos. Não aceitou o presente. Continua no Comitê Executivo.

Ricardo Teixeira – um dos nomes fortes do comitê executivo em 2010, viu a “casa cair” em 2012, quando foi apontado como beneficiário dos subornos da ISL. Afastado de suas funções na Fifa e na CBF, foi viver nos Estados Unidos e sumiu dos holofotes.

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Bin Hamman foi banido do futebol em 2011
Bin Hamman foi banido do futebol em 2011

Mohammed Bin Hamman –então presidente da Confederação Asiática de Futebol, o catari era um nome forte quando seu país ganhou o direito de receber a Copa de 2022. Em 2011, foi considerado culpado pelo Comitê de Ética em uma investigação sobre subornos e conflito de interesses. Está banido do futebol.

Senes Erzik – vice-presidente da Uefa, o turco continua fazendo parte do Comitê Executivo e é outro que está convocado a prestar esclarecimentos à polícia suíça.

Chuck Blazer – secretário-geral da Concacaf entre 1990 e 2011, foi o operador de pagamentos em paraísos fiscais e cabeça de um esquema fraudulento na Concacaf, ao lado de Jack Warner. Nos últimos anos, passou a colaborar com investigações do FBI; sua delação premiada foi chave para as prisões de quarta-feira.

Worawi Makudi – tailandês, membro do Comitê Executivo de 1997, está de saída do grupo. Mais um que está convocado a prestar esclarecimentos à polícia suíça.

Nicolas Leóz – presidente da Conmebol, tem uma longa ficha de denúncias no currículo. É outro dos que tiveram a prisão decretada, mas está no Paraguai, e sua extradição está sendo analisada pelo Ministério Público local.

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Ricardo Teixeira estava no comitê de 2010: sumiu em 2012
Ricardo Teixeira estava no comitê de 2010: sumiu em 2012

Junji Ogura – ex-presidente da EAFF (Federação de Futebol do Leste Asiático), já não faz mais parte do comitê executivo.

Franz Beckenbauer – o ex-craque alemão não faz mais parte do comitê executivo, nem tem acusações formais contra ele. Mas, em 2014, foi suspenso por 90 dias por ter se recusado a cooperar com a investigação da compra de votos na escolha do Catar para sede de 2022.

Marios Lefkaritis – cipriota, vice-presidente da Uefa. Não está diretamente ligado a nenhum escândalo que tenha sido revelado até o momento, mas afirmou nesta quarta-feira que foi convocado para depor pelas autoridades suíças.

Jacques Anouma – membro do Comitê Executivo desde 2007, também está convocado pela polícia suíça a prestar depoimentos sobre as escolhas das sedes dos dois próximos Mundiais.

Rafael Salguero – o guatemalteco é um dez remanescentes daquele comitê e também será ouvido sobre a votação daquele dezembro de 2010. Por enquanto, não há acusações contra ele.

Hany Abo Rida – o egípcio é o vice-presidente da federação de seu país e continua no comitê. Mais um que terá de prestar depoimento, sob suspeita de haver participado do esquema de compra de votos.

Vitaly Mutko – além de membro do comitê até hoje, já foi presidente da União Russa de Futebol, do Zenit St Petersburgo e também ministro de Esportes. Na Fifa, ainda não tem ficha por casos de corrupção, mas foi pivô de um escândalo de desvio de dinheiro quando era um dos chefes de delegação da Rússia na Olimpíada de Inverno de Vancouver-2010. Também prestará depoimento na Suíça.

Amos Adamu – nigeriano, ex-presidente da Confederação Africana, foi suspenso pela Fifa antes mesmo da votação, devido a suspeita de envolvimento na compra de votos.

Reynald Temarii – ex-presidente da Confederação da Oceania, foi suspenso pela Fifa antes mesmo da votação, devido a suspeita de envolvimento na compra de votos.

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