CBB ignora clubes, convoca seleção feminina e cogita até ação judicial.
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Fábio Aleixo Do UOL, em São Paulo.
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Murat Ozturk/CBB/ Bradesco
A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) não cedeu à pressão dos clubes e jogadoras da Liga de Basquete Feminino para mudanças urgente no departamento técnico da entidade e a formação de um colegiado de treinadores e divulgou nesta sexta-feira uma lista de 12 convocadas para defender a seleção no evento-teste da Olimpíada entre os dias 15 e 17 de janeiro, ignorando o já anunciado boicote.
De acordo com nota oficial da entidade em sue site, as convocadas devem se apresentar no dia 6 de janeiro para darem início aos treinos. Antes do evento-teste, o Brasil ainda jogará contra a Argentina (no dia 12) e a Austrália (14).
O diretor da seleção Vanderlei Mazzuchini afirmou ao UOL que caso as atletas não se apresentem ao técnico Luiz Augusto Zanon a entidade tomará medidas legais e acionará o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) cobrando explicações.
“Existem leis a serem cumpridas e vamos até o fim para que as jogadoras se apresentem. Caso contrário, imagino até que possam sofrer punições. Este é um evento que é tratado com prioridade pela CBB é importante para o Comitê Rio-2016. Nós já fizemos um acordo há tempos com a Liga de basquete Feminino (LBF) para que o campeonato fosse parado e não houvesse prejuízo às equipes. Então não vamos aceitar que não se apresentem por causa de um movimento político”, afirmou.
“Não vamos abrir mão de maneira alguma de contar com as atletas. As reclamações que são feitas e a exigência de um colegiado não têm embasamento algum. Isso não existe”, completou Vanderlei.
O UOL entrou em contato também com o departamento jurídico da CBB para entender quais seriam as punições possíveis para atletas que não se apresentassem, mas a entidade afirmou apenas que “confia plenamente na apresentação das atletas convocadas no dia 6 de janeiro. A CBB vai seguir dentro das leis, respeitar todos os regulamentos e fazê-los cumprir. Existe uma hierarquia na modalidade como em todo o esporte e essa hierarquia será respeitada”.
O evento-teste olímpico não é uma competição oficial da Federação Internacional de Basquete (Fiba), apesar de constar no calendário divulgado pelo órgão em seu site. Assim sendo, não está claro se poderá ser aplicado o item do regimento da entidade que prevê punições a clubes e atletas que não respeitarem uma convocação. Tal artigo prevê de multas a suspensão.
Dois seis clubes que participam do movimento contra a CBB (Corinthians/Americana, Santo André, Sampaio Correa, América/Basquete, Maranhão e Presidente Venceslau) apenas os dois últimos não tiveram atletas chamadas pelo técnico Luiz Augusto Zanon.
A novidade na lista é o retorno da armadora Adrianinha, de 36 anos, que havia anunciado a sua aposentadoria após o Campeonato Mundial do ano passado.
“É importante destacar que a Seleção Feminina irá viver o ambiente olímpico e que o evento serve como uma avaliação da estrutura da competição. Além disso, aproveitaremos para dar mais experiência internacional para referência e conhecimento do jogo dessas atletas”, disse o técnico Luiz Augusto Zanon.
Chefe do movimento clamando mudanças na CBB, Ricardo Molina, presidente do Corinthians/Americana, afirmou que a postura do grupo segue o mesmo.
“Nossa postura segue a mesma e não vamos liberar as atletas. Soltaram esta convocação para iniciar a pressão sobre as atletas. E a CBB terá de responder legalmente sobre qualquer forma de assédio direto e indireto”, disse ao UOL.
Veja a lista de convocadas
Armadoras – Adrianinha (Uninassau/América) e Tainá (Uninassau/América)
Ala/armadoras – Joice (Corinthians/Americana) e Tássia (Santo André)
Alas – Iziane (Sampaio Basquete), Isabela Ramona (Sampaio Basquete), Jaqueline (Santo André) e Tatiane (Uninassau/América)
Pivôs – Damiris (Corinthians/Americana), Gilmara (Corinthians/Americana), Nádia (Sampaio Basquete) e Clarissa (Corinthians/Americana).
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