31/01/2025

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Brasileiro revela fraturas após ‘peixinhos’, mas não se importa: ‘É show também, né?’

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Antônio Strini, do Rio de Janeiro (RJ), do ESPN.com.br

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A chegada com João Vitor de Oliveira dando 'peixinho' para avançar à semifinal
A chegada com João Vitor de Oliveira dando ‘peixinho’ para avançar à semifinal

João Vitor de Oliveira roubou a cena nas eliminatórias dos 110 metros rasos, nesta segunda-feira, no Engenhão. Seu mergulho lhe rendeu uma vaga na semifinal dos Jogos Olímpicos, que será disputada na programação noturna desta terça.

Pouco tempo depois, Shaunae Miller usou do mesmo artifício para algo ainda maior: a medalha de ouro. A atleta das Bahamas deu um “peixinho” para superar a norte-americana Allyson Felix na chegada da final dos 400m rasos.

Para João Vitor, que se garantiu na próxima fase ao lado do compatriota Éder Souza, em Olimpíada vale tudo pelo momento único.

“É show também, né, cara? Acho que as pessoas gostam. É legal, porque eu vejo ali uma oportunidade. Eu me jogo na oportunidade. Caio, levanto, vou sacodir a poeira como se nada tivesse acontecido”, declarou o paulista.

“Tem coisas que às vezes é a necessidade. A gente vê uma oportunidade, vê que há a necessidade de fazer alguma coisa diferente. Então eu tenho feito isso aí já nos últimos cinco anos, desde 2011. Se eu falar para você que eu saio pensando que vou fazer isso, é mentira. Não dá pra pensar que eu vou chegar e me jogar, até porque já tive fratura de pé, já tive fratura de costela com isso aí. Mas é necessidade, cara. Principalmente em Jogos Olímpicos, no meu país, então não tem tempo pra perder. A gente tem que fazer o melhor”, disse o atleta paulista após sua bateria.

“Hoje eu tive um ralado no joelho, o sangue estava quente e eu nem vi, fiquei sabendo agora. De repente, amanhã (terça) a gente não sabe o que vai acontecer. Amanhã eu caio, ou não, mas eu sempre vou sair de uma competição com a sensação de que fiz o meu melhor”, continuou.

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João Vitor de Oliveira deu um 'peixinho' e avançou para a semifinal dos 110m com barreiras
Com ‘peixinho’, ele avançou à semifinal

“A gente treina tanto que a gente está focado na corrida, em fazer o melhor. A única coisa que eu pensei no momento foi trabalhar o braço e chegar, correr, passar a barreira com velocidade, com força e com garra, como se fosse a última barreira da minha vida. Realmente, poderia ser. Poderia ser a última corrida do ano, mas não, eu me classifiquei para a semifinal. É claro, depois que acaba a corrida a gente pensa, vê as imagens, aí eu vi que foi uma corrida bem gostosa de correr, com o estádio lotado, as pessoas gritando”.

“Então eu vi que até essa questão do ‘peixinho’, não posso mentir, parece aquele negócio que a gente joga sabão no quintal de casa e sai escorregando. É gostoso, né, cara? Isso aqui é Jogos Olímpicos e vale a pena. Todo esforço, toda queda, todo o sangue escorrendo, todo o choro, todo o sorriso, vale a pena. É um momento único dentro do meu país, então acho que a gente tem que fazer o nosso melhor”, continuou.

Ele precisou se recuperar na terceira eliminatória após largar mal e ficar na última colocação. O esforço na pista escorregadia foi recompensado.

“Hoje, por exemplo, eu caí e falei: ‘Putz, caí de novo, cara. Caramba!’. Até meu próprio treinador nunca opinou, mas muita gente fala para mim: ‘Cuidado, uma hora você vai machucar feio’. Meu treinador falou para mim: ‘Rapaz, tenta correr forte no começo para não precisar fazer isso’. Eu falei ‘Zeca – meu treinador é o Zequinha Barbosa -, não tem como. Tem coisa que, ele mesmo fala para mim, a necessidade traz para a gente e temos que criar algo novo’. Então, faz parte”, falou João Vitor.

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