Brasileira que treinava por DVD leva ‘Phelps’ para a pista no ciclismo BMX.
3 min readBianca Daga, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br
Vai ter ‘Michael Phelps’ no ciclismo nesta sexta-feira no Rio de Janeiro. Fã do multicampeão olímpico, a brasileira Priscilla Carnaval terá o nadador como amuleto nas semifinais do BMX no Centro Olímpico de Deodoro, a partir das 13h30 (horário de Brasília).
Não é loucura. É que a ciclista tem o costume de batizar suas bicicletas e a que ela terá como reserva na briga por uma medalha leva o nome do norte-americano.
Nada mal ter como ‘pé de coelho’ o maior campeão olímpico da história, dono de 23 ouros – cinco deles conquistados nos últimos dias. “Phelps eu escolhi por causa dele mesmo. Ela é prata e me lembra peixe. E peixe me lembra nadador. E eu queria um nome grande para a minha bilke”, explicou ao ESPN.com.br.
Outro amuleto da sorte de Priscilla é seu irmão mais velho, Douglas. Os dois começaram a praticar BMX juntos, em 2001, quando ela tinha sete anos. Os dois estavam passando em frente a um campeonato e pediram para o pai parar o carro para assistirem. E se apaixonaram pelo esporte.
As primeiras pedaladas da dupla foram no Centro Esportivo André Matiello, em Sorocaba (SP), um dos polos da modalidade no Brasil. Sem um treinador, os dois se viravam como podiam para aprender: acompanhavam as principais competições e o desempenho de atletas estrangeiros assistindo a vídeos em DVDs.
“Nós não tínhamos treinador. Aí assistíamos vídeos das competições de alto nível dos Estados Unidos e da Europa. E colocávamos no slow motion para aprender as técnicas. Meu irmão aprendeu muito rápido e eu seguis os métodos dele. Fomos aprendendo juntos.”
Priscilla e Douglas entraram para a seleção brasileira em 2010, quando ela tinha 16 e ele 18 anos. Logo em seu primeiro teste fora do Brasil, a caçula conquistou um título, em Quito, no Equador.
A parceria e o amor entre os irmãos ficou evidente e ainda mais forte no início deste ano. Mais longe de conquistar vaga para a Olimpíada do Rio de Janeiro, o primogênito parou de competir, após uma série de lesões e assumiu a função de técnico da irmã.
Essa é a segunda vez que o Brasil tem uma representante no BMX feminino nos Jogos Olímpicos – em Londres-2012, Squel Stein foi desclassificada na semifinal, com uma contusão no braço. 16 atletas se classificaram para as semifinais, e Priscilla teve apenas o 15º melhor tempo. Agora, oito avançam para a final, que será disputada também nesta sexta-feira, às 15h.