Na estreia de Tite, Gabriel Jesus brilha, e seleção atropela o Equador; confira tudo sobre o confronto.
5 min readDo Zigzagdoesporte.com.br por ESPN.com.br.
Apenas três dias de preparação, altitude de 2.750m acima do nível do mar e confronto com o vice-líder das eliminatórias sul-americanas. O cenário estava longe de ser o ideal para Tite estrear pela seleção brasileira. Mas a estrela do treinador brilhou tanto a ponto de outro debutante da noite, Gabriel Jesus, sair como o nome da equipe.
O atacante do Palmeiras sofreu um pênalti, fez um gol de calcanhar e marcou um golaço, sendo decisivo para a equipe canarinho atropelar o Equador e vencer por 3 a 0, em Quito.
O resultado da noite desta quinta-feira alivia bastante a situação da seleção na eliminatória da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. De sexta colocada, a seleção passou para o quarto lugar, já no grupo dos classificados ao Mundial, com 12 pontos.
O Equador é o terceiro, com 13. Mas ambas as equipes podem mudar de posição porque ainda jogam Argentina (5ª) x Uruguai (1º) e Paraguai (7º) x Chile (6º).
Os gols do Brasil foram marcados por Neymar, aos 26 minutos do segundo tempo, cobrando pênalti. A penalidade foi sofrida por Gabriel Jesus. Depois, o palmeirense ampliou de calcanhar, aos 41 minutos, e fez o terceiro em um chute de dentro da área, aos 46 minutos.
Mais do que o resultado, o que animou nesta quinta foi o desempenho da seleção. Apesar da altitude, a equipe fez um duelo equilibrado contra o Equador, com lampejos de bom futebol, isto é, toque de bola, inflitração pelo centro da defesa rival e marcação coesa.
Gabriel Jesus, do Palmeiras, o volante Casemiro, Real Madrid, foram os melhores em campo. Quem também jogou bem foi o volante Paulinho, justamente a surpresa do treinador na convocação. Jogador do Guangzhou Evergrande, ele estava ‘escondido’ na China, mas ganhou um voto de confiança do técnico gaúcho e justificou.
Não bastasse o bom resultado, a seleção ainda quebrou um tabu. Nunca havia vencido o Equador fora de casa em partidas pela eliminatória. Eram duas derrotas e um empate. O último triunfo na casa do rival foi uma goleada de 6 a 0 pela Copa América-1983.
A seleção volta a jogar na próxima terça-feira, dia 6, contra a Colômbia, em Manaus, pela oitava rodada das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
LAMPEJOS DE BOM FUTEBOL
Com apenas três dias para treinar a equipe e diante da altitude de 2.780m acima do nível do mar, não seria justo cobrar um futebol de alto nível da seleção brasileira na estreia de Tite. Mas houve alguns lampejos de bom futebol durante o primeiro tempo.
Apesar de iniciar o duelo muito pressionada, a defesa conseguiu suportar a pressão. Com o decorrer da partida, a seleção equilibrou bem as ações.
Quando atacava, o Brasil utilizava a formação 4-3-3, com Gabriel Jesus centralizado ou invertendo a posição com Neymar, que jogou pelo lado esquerdo. Assim, confundiu a marcação do Equador e criou boas chances para fazer gols.
Aos 15 minutos, Gabriel Jesus fez boa jogada individual e finalizou de fora da área com perigo. O goleiro Domínguez precisou fazer a defesa em dois tempos.
A seleção chegou bem ao ataque aos 29 minutos em uma triangulação. Renato Augusto passou a bola para Neymar, que fez a jogada pelo meio de campo e tocou para Gabriel Jesus, na área. Ele finalizou com estilo, mas para fora. A jogada, no entanto, parou por impedimento do camisa 9.
Na defesa, a equipe de Tite mudava para um 4-1-4-1, mas pecou em muitos momentos, especialmente na proteção aos laterais. Os equatorianos utilizaram muito o lado direito (que quase sempre ficou desprotegido com Marcelo confuso) e pelo esquerdo.
EMPOLGOU NO SEGUNDO TEMPO
A seleção brasileira mostrou dificuldades no início do segundo tempo, possivelmente pelos efeitos da altitude. Sem tanta organização como no primeiro tempo, a equipe explorou bolas longas, lançamentos e chutões para sair da defesa e chegar ao ataque.
Essa forma de jogar facilitou a partida para o Equador, que abafou a defesa brasileira nos primeiros minutos e ficou próximo de conseguir o gol.
Tite percebeu o risco que corria e trocou Willian, apagado, por Philippe Coutinho, aos 16 minutos do segundo tempo. Uma única mudança, mas que mexeu com todo o time. E a seleção brasileira finalmente empolgou e caminhou para a vitória.
O Brasil criou a melhor chance até então no jogo aos 19 minutos. A bola caiu nos pés de Marcelo, que finalizou em um chute de três dedos. A bola passou rente a trave esquerda de Domínguez. Era o começo.
Sete minutos depois, a seleção abriu o placar. O tento foi marcado de pênalti por Neymar, mas a jogada é que demonstrou a diferença da seleção brasileira. Em jogada iniciada por Casemiro, Gabriel Jesus recebeu a bola na área, passou por Mina e foi derrubado pelo goleiro Domínguez, pênalti claro e que foi comemorado por Tite.
Aos 41 minutos, Marcelo cruzou na área e Gabriel Jesus, com muita personalidade, usou o calcanhar para fazer o segundo gol brasileiro.
Cinco minutos depois, ele recebeu a bola de Neymar na área. Com estilo, finalizou no ângulo do gol de Domínguez, um golaço.
FICHA TÉCNICA:
EQUADOR 0 X 3 BRASIL
Data: 1º de setembro de 2016, quinta-feira
Horário: 18 horas (de Brasília)
Local: Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito (Equador)
Público: 34.887 pagantes
Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai)
Assistentes: Eduardo Cardozo e Milciades Saldivar (ambos do Paraguai)
Cartão amarelo: Domínguez, Miller Bolaños, Jefferson Montero e Paredes; Paulinho
Cartão vermelho: Paredes
Gols: Neymar, aos 26, e Gabriel Jesus, aos 41 e aos 46 minutos do 2º tempo
EQUADOR: Domínguez; Paredes, Mina, Achilier e Ayoví; Noboa e Gruezo; Enner Valencia, Miller Bolaños e Jefferson Montero (Arroyo); Caicedo. Técnico: Gustavo Quinteros
BRASIL: Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Renato Augusto; Willian (Philippe Coutinho), Gabriel Jesus e Neymar. Técnico: Tite.