O custo da eliminação do Fla na Libertadores: mínimo de R$ 10 milhões e projeção de cortes
3 min readPor Pedro Henrique Torre, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br.
A eliminação precoce na Libertadores vai pesar no bolso do Flamengo. Para disputar a competição sul-americana, o clube reorganizou seu orçamento e aumentou a folha salarial do futebol. Mas, agora, vai ter de se readequar. Caso não queira atrasar compromissos, como salários, e amenizar a ausência de, no mínimo, R$ 10 milhões que eram previstos no planejamento interno, a diretoria rubro-negra fez as contas e já sabe: terá de enxugar gastos. Os cálculos imaginavam o time, ao menos, nas quartas de final da competição.
Em 2013, a folha salarial do futebol do clube girava entre R$ 7 milhões e R$ 8 milhões. Com a classificação para a Libertadores, o número subiu para cerca de R$ 9 milhões. A conta contempla gastos com encargos trabalhistas, outros impostos e direitos de imagem de 37 atletas no elenco profissional e outros funcionários do departamento de futebol. Com a eliminação diante do León, o Flamengo deixou de receber, de imediato, R$ 1,3 milhão, cota da Conmebol para uma partida como mandante nas oitavas de final.
Além disso, os cálculos apontavam receitas de R$ 2 milhões, em média, com as bilheterias das cinco partidas no Maracanã até uma possível fase de quartas de final. Caso chegasse a esse patamar na competição, o clube teria direito a mais R$ 1,5 milhão da Conmebol.
“Óbvio que se você vai ter um mês e meio de Copa do Mundo, em que a gente não vai faturar, a eliminação na Libertadores foi ruim nesse aspecto. Mas acontece, não tem como achar que vai até a final. A expectativa era de que fôssemos algumas fases adiante. Mas não fomos. Vamos conseguir dinheiro de outra maneira”, admitiu o vice de futebol, Wallim Vasconcellos.
Por isso, cortes no elenco, por meio de empréstimos transferências ou dispensas, poderão acontecer. Carlos Eduardo é um exemplo: o jogador tem contrato até junho, quando será devolvido ao Rubin Kazan, da Rússia. Um relaxamento de 5% no montante da folha salarial. Neste panorama, a final do Campeonato Carioca, no domingo, contra o Vasco ganha mais importância. O perigo de que esse corte de custos atinja a comissão técnica, no entanto, não existe momentâneamente.
“Não vamos trocar o Jayme porque perdemos um jogo aqui. Foi um jogo atípico. Jayme continua, o trabalho é positivo”, completou Wallim Vasconcellos.
No domingo, além da rivalidade esportiva, há uma cota de R$ 3,5 milhões dada ao campeão em disputa. O segundo colocado fatura bem menos: R$ 1 milhão. Após o céu de brigadeiro com a conquista da Copa do Brasil, em 2013, o Flamengo terá de apertar os cintos para não comprometer a estabilidade financeira. São custos de uma precoce e turbulenta eliminação.