‘Flalemanha’: unidos por uma camisa, separados pelo futebol; veja números da campeã e do lanterna. Entenda o fato; confira.
3 min readTiago Leme, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br.
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A ação de marketing da seleção alemã de lançar uma camisa rubro-negra contagiou os torcedores do Flamengo durante a Copa do Mundo, mas o excelente futebol apresentado pela equipe campeã mundial parece não ter contagiado nem um pouco o time carioca. Se por um lado os uniformes das duas equipes são bem parecidos, por outro o desempenho delas é bastante diferente, e a união chamada “Flalemanha” fica mesmo somente na imaginação dos mais fanáticos.
De acordo com os números da Footstats, a Alemanha, campeã do mundo ao vencer a Argentina no último domingo no Maracanã, supera em todos os principais fundamentos o Flamengo, que caiu para a última colocação do Brasileirão com a derrota para o Atlético-PR nesta quarta-feira em Macaé.
Na campanha do tetracampeonato mundial no Brasil, a seleção alemã disputou sete jogos, conseguiu seis vitórias e um empate, marcou 18 gols (média de 2,6) e sofreu quatro (0,7 por jogo). Equando isso, o Fla já jogou dez vezes no Brasileirão-2014, venceu apenas uma partida, empatou quatro e perdeu cinco, tendo marcado apenas sete (média de 0,6) e sofrido 15 (1,5 por jogo).
A diferença de eficiência dos dois times na comparações das estatísticas de cada partida também é gritante. Nas finalizações, por exemplo, os alemães têm média de 7,1 certas por jogo (ou 52,6% do total), contra apenas 3,9 certas dos flamenguistas (ou 37,5%), Em alguns fundamentos, os números absolutos dos rubro-negros até se aproximam, mas a disparidade é clara quando se coloca lado a lado o aproveitamento, evidenciando o abismo de qualidade entre ambos.
O Flamengo, por exemplo, até arrisca mais cruzamentos (20,6 contra 16,3 por jogo) e lançamentos (44,5 contra 34,0 por jogo) do que a Alemanha, mas os atuais campeões mostram ter o pé mais calibrado, já que acertam 26,3% das bolas cruzadas e 44,1% das lançadas, contra 20,4% e 39,4% de aproveitamento, respectivamente, do time lanterna do Brasileirão. No toque de bola, grande trunfo alemão, a diferença da média de passes trocados também é notória: 528 contra 381 por jogo a favor dos europeus.
Na Copa do Mundo, Thomas Müller, com cinco gols marcados, foi artilheiro da seleção alemã, enquanto Alecsandro é o maior goleador flamenguista no torneio nacional, com três gols até agora. Se na qualidade do futebol praticado em campo Alemanha e Flamengo estão bem distantes, pelo menos na camisa rubro-negra os dois times têm semelhanças, e as brincadeiras de torcedores e Podolski e companhia servem para aproximar duas realidades completamente distintas.
Confira os números* de Alemanha (Copa do Mundo) e Flamengo (Brasileirão):
*média da Alemanha em 7 jogos e média do Flamengo em 10 jogos.
Alemanha – Flamengo
Gols marcados: 2,6 – 0,7
Gols sofridos: 0,6 – 1,5
Posse de bola: 19min16s – 16min22s
Finalizações certas: 52,6% (7,1) – 37,5% (3,9)
Passes certos: 91,6% (528,0) – 91,3% (381,0)
Dribles certos: 75,3% (8,7) – 65,4% (10,0)
Desarmes certos: 84,0% (20,3) – 80,6% (20,8)
Cruzamentos certos: 26,3% (4,3) – 20,4% (4,2)
Lançamentos certos: 44,1% (15,0) – 39,4% (17,7)