Aldo com todas as armas na mão, Weidman sob desconfiança de novo e Jacaré na ‘cara do gol’; a análise do UFC 194.
4 min read
Chega ao fim neste sábado a sequência insana de três eventos em três dias do UFC. E chega ao fim em grande estilo, com um evento considerado quase que por unanimidade como um dos melhores dos últimos tempos da principal categoria de MMA do mundo, com o futuro direto de duas categorias em jogo.
Sem delongas, vamos às análises das principais lutas!
ALDO X MCGREGOR

Durante todo o ano, a preocupação dos especialistas foi a mesma: José Aldo conseguiria manter a cabeça no lugar depois de tantas provocações de McGregor?
Ao menos até agora, a resposta é sim. E isso o deixa com todas as armas na mão para manter o cinturão da categoria – o unificar, já que McGregor detém o título interino.
Mas não se engane! O irlandês tem, sim, jogo para ser campeão. E não, ele está onde está apenas por tudo que fala. McGregor tem um jogo em pé muito acima da média, com combinações pouco comuns que costumam dar trabalho a qualquer um.
Só que com Aldo o buraco é bem mais embaixo. Além de todas as habilidades que cansou de mostrar, o brasileiro é um dos mais disciplinados do UFC e muito dificilmente foge do plano de luta de Dedé Pederneiras.
E Dedé é um dos melhores, se não o melhor, técnico de MMA do mundo. Se a luta apertar em cima, ele vai mandar Aldo levar para o chão. E McGregor mostrou contra um despreparado Chad Mendes, em julho, que não tem uma defesa de quedas tão boa assim e, pior, dá muitas brechas para finalização.
Palpite ESPN: O palpite já era no Aldo por ele ter um dos melhores planos de jogos do MMA e saber segui-lo todas as vezes. Depois da pesagem, a convicção ficou um pouco maior: Aldo, antes do fim do terceiro round.
WEIDMAN X ROCKHOLD

Chris Weidman já ganhou duas vezes de Anderson Silva, uma de Lyoto Machida e outra de Vitor Belfort. Mas não tem jeito: ele nunca consegue ser um favorito absoluto. Ponto positivo para a categoria, é claro, que segue alimentando o campeão com rivais de respeito. Mas não falta um reconhecimento maior para Chris?
Minha resposta é sim. Weidman já sobreviveu a todos os tipos de lutadores. Passou do condecorado faixa-preta Demian Maia ao ‘rei’ da trocação Anderson Silva, passando pelo pouco ortodoxo jogo de Lyoto Machida. E isso sem contar em todos os gabaritados lutadores de wrestler que já enfrentou em sua carreira na modalidade.
O problema é que desta vez ele terá pela frente um sujeito que consegue misturar muito bem todas essas habilidades. E, mais que isso, também vive ótima fase. Que o diga Lyoto Machida, completamente trucidado por Luke Rockhold.
A luta também tem o seu lado mental, depois de tantas provocações de Rockhold. Mas um cara que superou todas as provocações de Anderson Silva dentro de um octógono já provou que não se deixa abalar muito por isso.
Palpite ESPN: Luta muito, mas muito apertada. Weidman consegue impor se wrestling, segura o ímpeto de Rockhold e cala mais uma vez os críticos.
JACARÉ X ROMERO

Ronaldo Jacaré está mais uma vez na boca do gol. Agora sim, só precisa de uma vitória para conseguir a tão sonhada e adiada chance de lutar pelo cinturão. O problema é que a missão dele não será nada fácil.
Yoel Romero é medalhista olímpico de wrestling e, sem sombra de dúvidas, é o cara que mais soube se adaptar ao MMA depois de tanto tempo em outra modalidade. Até porque tem mãos pesadíssimas, capaz de nocautear qualquer um, e muita força muscular.
A estratégia do cubano deve ser um tanto quanto simples: derrubar Jacaré sempre que puder, mas ficar no chão o mínimo que conseguir. Afinal de contas, o brasileiro é o mais perigoso faixa-preta da categoria.
Palpite ESPN: Jacaré também sabe lutar muito bem em pé e terá isso a seu favor: mesmo que seja Romero quem controle mais para onde a luta vai, o brasileiro poderá conseguir ser superior de qualquer jeito. O cubano também tem tudo para sofrer com o gás, já que deve ser afetado pela nova política antidoping do UFC, que proíbe o uso de soro para a recuperação dos atletas após a pesagem. Acho que Jacaré leva, por finalização, no terceiro round, aproveitando Romero já exausto.
MAIA X NELSON

Um duelo que acontece dentro de um octógono, mas poderia muito bem acontecer em um tatame, com quimono e tudo. Damian Maia e Gunnar Nelson são dois dos melhores lutadores de jiu-jitsu dentro do UFC. E essa deve ser a tônica do duelo.
Até por tanta habilidade no chão, é bem mais provável que a luta não termine antes do gongo final do terceiro round.
Gunnar deve procurar um pouco mais manter a luta em pé, mas também não se importará muito de ir para o chão.
Palpite ESPN: Se a luta se arrastar mesmo no chão, Demian é mais lutador e tem mais pujança física para se sair vencedor na decisão dos jurados.
BRASILEIROS, DE BATE-PRONTO

Warlley Alves vence Colby Covington na decisão
Kevin Lee vence Léo Santos na decisão
Márcio Lyoto nocauteia Court McGee
E aí, concorda? Comente e analise com a gente!