Servílio aposta em medalha no Rio e critica AIBA por querer profissionais na Olimpíada.
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Bianca Daga, do ESPN.com.br.

O Brasil encerrou nesse domingo sua participação no Pré-Olímpico das Américas de boxe e, além de três medalhas de bronze, conquistou mais uma vaga para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com Juan Nogueira, na categoria dos pesados (91 kg). Agora, já estão definidos oito representantes do País para a competição, em agosto.
Além dele, compõem a lista Adriana Araújo (categoria Leve/60kg), Patrick Lourenço (categoria Mosca Ligeiro/49kg), Julião Neto (categoria Mosca/52kg), Robenilson de Jesus (categoria Galo/56kg), Joedison Teixeira (categoria Meio Médio Ligeiro/64kg) e Michel Borges (categoria Meio Pesado/81kg), escolhidos pela CBBoxe (Confederação Brasileira de Boxe), junto com Robson Conceição (categoria Leve/60kg), que conquistou a vaga no Mundial de 2015, em Doha.
Primeiro brasileiro medalhista olímpico na modalidade, Servílio de Oliveira aprovou aposta em medalha do boxe brasileiro na Rio 2016. “É uma boa equipe, são os melhores. E estaremos em casa. O cara de fora, para vencer, terá também que convencer. Não é fácil. O nome mais forte é o do Robson. Ele é o mais experiente e o mais forte do Brasil hoje, entre os que vão, e tem possibilidade de brigar pela medalha de ouro”, analisou.
No entanto, Servílio acredita que o Brasil poderia conquistar mais medalhas se seus melhores boxeadores não tivessem se profissionalizado recentemente. O ex-pugilista vê falha do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e da CBBoxe. Yamaguchi e Esquiva Falcão, bronze e prata nos Jogos Olímpicos de Londres, respectivamente, assinaram contratos profissionais no fim de 2013. Mais recentemente, em janeiro de 2015, foi a vez de Everton Lopes, campeão mundial, deixar o boxe amador.
“Os três conversaram com a Confederação antes e só tomaram sua decisão quando não teve mais jeito. Foi falha do COB e da CBBoxe. Tem dinheiro. Só que não chega para os atletas. (Dirigentes) Ficam só nas promessas. Se realmente trabalhassem em prol da modalidade, não deixariam eles se profissionalizarem. Com eles (Yamaguchi, Esquiva e Everton), quase com certeza seriam três medalhas que ganharíamos nos Jogos do Rio”, criticou.
AIBA QUER PROFISSIONAIS NO RIO
Ainda há chances de profissionais como os Yamaguchi, Esquiva Falcão e Everton Lopes disputarem a Olimpíada em casa em agosto. A AIBA (Associação Internacional de Boxe Amador) quer implementar essa mudança e deve anunciar a decisão final em maio. Mesmo que não dê tempo de colocar a ideia em prática no Rio, o sonho deve continuar de pé para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
Servílio condena a intenção da AIBA. “Eu penso que uma atitude dessas não seria nada benéfica para o esporte. Existe uma distância imensa entre o boxe olímpico e o profissional. É outra modalidade. A coisa se tornaria muito desigual”, opinou. Caso a regra seja alterada, os boxeadores profissionais não terão vaga garantida automaticamente; precisarão passar pelos pré-Olímpicos.
Além dos nove brasileiros já classificados para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, há ainda duas vagas em aberto, que estarão em jogo no Campeonato Mundial de Boxe Feminino, no Cazaquistão, em maio, o classificatório final mundial masculino, em junho, no Azerbaijão.