Mãe de três filhos, Katia Weschler tornou-se fenômeno do fisiculturismo no país depois dos 40 e não pensa em parar.
2 min readMaurício Targino
Imagine ser mãe pela terceira vez aos 42 anos, começar a praticar um esporte praticamente do zero e se tornar uma das maiores surpresas da modalidade no país. Foi isso o que aconteceu com a fisiculturista Katia Weschler.
“Comecei porque queria dar uma maior atenção à minha saúde e ficar mais satisfeita quando me olhasse no espelho”, conta Katia, hoje com 48 anos, e que estreou em competições de fisiculturismo em 2015 com um segundo lugar na categoria Master do 5º Campeonato Paulista de Estreantes da Federação Internacional de Fisiculturismo (IFBB) .
Cinco meses após o nascimento da caçula, Katia procurou um nutricionista. Até então, ia à academia duas vezes por semana apenas para praticar uma atividade física. Após a indicação de uma nova dieta, pouco a pouco aumentou a carga de treinamentos. Quando viu os primeiros músculos ganharem forma, decidiu ir fundo no esporte.
“Foi meio que de repente”, conta Katia, que foi publicitária e revendedora de joias antes de se tornar fisiculturista. “Até então eu nunca tinha sentido entusiasmo algum pelo bodybuilding, mas quando percebi que minha disciplina e auto-estima melhoraram, não pensei duas vezes em seguir em frente”.
O apoio do marido, Claudio, foi imediato. “Ele prepara minhas refeições, cuida dos meus horários, busca patrocínios, faz inscrições nas competições, organiza a agenda e os cronogramas e até escolhe junto comigo os biquínis que vou usar nas competições”, conta ela.
Mesmo com uma rotina rígida de treinamentos, que começa às 6 da manhã, Katia leva e busca as filhas de 6 e 16 anos na escola (o filho mais velho tem 21 anos e mora em Israel há dois) e não abre mão de viajar com a família nas férias. Mas sempre cuidando dos exercícios e dos horários de alimentação. “Tenho sempre minha marmita à mão, não importa onde eu esteja”.
Os bons resultados nas competições em 2015 credenciaram-na a disputar o Campeonato Paulista de Fisiculturismo que acontece no início de julho e que vale um lugar no Brasileiro. Mas as expectativas não param por aí.
“No dia seguinte ao campeonato paulista eu viajo para participar de três competições na Flórida”, conta. “Há uma grande valorização de atletas acima de 40 anos nos EUA e pretendo seguir competindo em outros estados norte-americanos”, continua. “A meta é chegar ao Mr. Olympia daqui a sete ou oito anos. Estarei com quase 60, mas se eu fosse ligar pra idade nem teria começado”, conclui.