Multiplicando dólares: como última parada do Mundial na Austrália ajudou surfe a virar negócio.
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Luiza Ferraz e Thiago Cara, do ESPN.com.br.
A etapa de Bells Beach, que tem início nesta terça-feira (a partir de 18h, com transmissão da ESPN+ e do WatchESPN, é mais do que somente o fechamento da perna australiana do Mundial de surfe. O campeonato está no calendário do circuito há 44 anos, desde 1973, e não é exagero dizer que ajudou a mudar a história do esporte.
Se em 2017, a World Surf League distribui 579 mil dólares (R$ 1,8 milhão na cotação atual) a cada etapa do WCT, com US$ 100 mil (R$ 314 mil) para cada campeão, muito tem a ver com Bells Beach, primeiro evento na história a premiar seus competidores em dinheiro.
O nascimento do surfe profissional da atualidade passa por essa praia no estado de Vitória, na Austrália, já que foi lá que, pela primeira vez, empresas resolveram colocar dinheiro em uma competição para remunerar os surfistas mais bem colocados.
Em 1973, com patrocínio da Rip Curl (hoje uma gigante do surfe, mas na época ainda iniciando) e da companhia de jeans Amco, foram 2,5 mil dólares para os atletas, com o australiano Michael Peterson faturando US$ 1 mil dólares pelo título – entre as mulheres, os prêmios estrearam dois anos mais tarde, com Gail Couper levando US$ 200 em 1975.
Entre os maiores campeões da etapa estão as lendas do esporte Kelly Slater e Mick Fanning, que já venceram o evento quatro vezes cada um, feito que nenhum outro surfista havia realizado antes. No feminino, quem dominou o local foram as campeãs mundiais Stephanie Gilmore e Carissa Moore, acumulando um total de três títulos cada uma.
As ondas geladas do local também são muito seletivas. Surfistas como Gabriel Medina, conhecidos como “goofy-footers” – que surfam com o pé esquerdo na frente – não costumam ter vez por lá. A onda, além de ser rápida e de alta performance, também quebra para a direita, o que dificulta para surfistas que têm esse tipo de base.
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