Aos 44, Robert Scheidt diz que nem pensa em aposentadoria: ‘Não sei quando será isso’.
3 min readZigzagdoesporte.com.br por agência Gazeta Press.
Robert Scheidt disputou os Jogos Olímpicos Rio 2016 aos 43 anos e terminou na 4ª colocação. Um ano mais velho, um dos principais velejadores da história do Brasil mudou para a categoria 49er e não tem planos de aposentadoria. O atleta paulista, em entrevista à Gazeta Esportiva, revelou como foi o processo de mudança de categoria, que vem sendo como um recomeço em termos de ganhar novas habilidades, e deixou claro que ainda tem muitas opções para continuar velejando.
“Uma coisa é a vela olímpica a outra é vela no geral. Existem diversos circuitos (que não são relacionados às classes Olímpicas). Mesmo que minha carreira olímpica acabe, tenho vontade de velejar em outras categorias. Não sei quando será isso, eu já rejeitei muitas propostas para continuar nas Olimpíadas e já tive propostas para ser técnico. Quando for eu vou saber”, comentou o bicampeão olímpico.
“Eu preferia ter disputado (as Olimpíadas) na classe star. Chegando ao final da categoria, tive que voltar para o individual depois de oito anos fora. A Laser foi minha única opção. Daí chegou a oportunidade com o Gabriel Borges, ele estava disposto a me ensinar porque tem cinco anos de experiência, e acabei fazendo a transição após o Rio 2016. Eu abracei o projeto. Para mim é uma novidade, um novo horizonte e uma nova motivação. É um desafio para mim porque exige outras características que tenho que melhorar, como agilidade, mas acho que a evolução tem sido boa”.
No Campeonato Mundial de 49er – classe em que o barco exige que os atletas fiquem em pé durante a regata e que a duração da prova é menor do que a Laser –, Scheidt e Borgers terminaram na 40ª colocação. Apesar disso, o 13 vezes campeão mundial não se preocupou tanto com o seu desempenho.
“É uma classe bem diferente, com dois velejadores no trapézio, muita dinâmica, duas velas e uma velocidade maior. Comecei a velejar com o Gabriel Borges e tenho pouco tempo de classe. No circuito europeu, o resultado era esperado pelo tempo de contato com a classe. Tivemos alguns resultados bons no começo, mas sofremos no final. No Mundial, no meio para o final, sofremos com o vento. É normal. A classe requer muita experiência para fazer as manobras”.
Robert Scheidt também contou como foi disputar uma Olimpíadas com sua esposa, a lituana Gintare Volungeviciute, que competiu na classe Laser Radial.
“Foi maravilhoso. Conheci ela no jogo de 2008, quando começamos a namorar e depois em 2012 a gente participou também. Agora foi especial porque meu filho acompanhou, esteve lá. Ele nunca vai esquecer”.
O paulista também falou sobre os próximos passos na temporada.
“Estamos avaliando. Vai começar o inverno na Europa e devemos ter mais um mês. Depois devemos ir para o Brasil. Iremos para o Rio de Janeiro ou Ilha Bela. Tenho uma competição na star que é a final do mundial na primeira semana de dezembro. Para mim é legal voltar a velejar na categoria pelo menos uma vez ao ano”.