Alguns ainda podem achar estranho, mas os homens chegaram (ainda bem) de uma vez por todas no nado sincronizado, esporte exclusivamente feminino até 2015.

– Foi com muita força e muita garra, o amor que eu tenho por ela, e eu sei que é recíproco, ajuda muito. Não somos um dueto, somos um só. Gostei muito da nossa apresentação – disse Renan.

O nado misto prova seu crescimento com números. No dueto misto técnico do Mundial de 2015, quando fez a estreia na competição, apenas seis duplas fizeram apresentações. Agora, na Hungria, o número quase dobrou, com dez. Na rotina livre, que será no próxima sexta-feira, serão onze pares, também maior que os dez de Kazan 2015.

A comemoração ao sair da água da dupla e da técnica Glaucia Soutinho mostrou que o time ficou satisfeito com a apresentação. A nota veio, e o dueto ficou à frente de Alemanha, Grécia e Panamá.

– Fiquei muito feliz com tudo, conseguimos fazer uma ótima apresentação – disse Giovanna.

O relacionamento esportivo da dupla brasileira começou em janeiro de 2015, quando os nadadores passaram a treinar juntos. Alguns meses depois, os dois oficializaram o namoro. A participação de um homem no nado sincronizado no Mundial é uma vitória. O próprio Renan esperou 16 anos para conseguir competir, já que a Federação Internacional não abria os torneios para o sexo masculino.

As apresentações mistas são um pouco diferentes das exclusivamentes femininas. A interação entre os atletas é bem maior, mas os homens não são tão flexíveis e plásticos, compensando na força física no momento de jogar suas parceiras para o alto. O público, que praticamente lotou a arena, aplaudiu muito todas as apresentações.

O dueto misto, porém, não entrou no programa olímpico para os Jogos de 2020, mas ainda há a esperança de entrar para a edição de 2024:

– É uma pena, a gente recebeu a notícia há pouco tempo, mas mesmo assim os outros duetos e nós somos militantes nessa causa. Queremos mostrar que é uma prova competitiva e forte – disse Giovana.