Ex-presidente do Internacional, Vitorio Piffero é condenado a mais de 10 anos de prisão. ENTENDA O FATO.
3 min readPor Carlos Fiúza de Salvador para o Zigzagdoesporte.com.br
Ex-presidente do Internacional, Vitorio Piffero foi condenado na última segunda-feira (4) a 10 anos e 6 meses de prisão em regime inicialmente fechado por estelionato e organização criminosa em caso envolvendo as contas do clube gaúcho.
Além dele, o ex-vice-presidente de finanças do Colorado, Pedro Antônio Affatato, também foi condenado pelos mesmos crimes, além de lavagem de dinheiro. A sentença é de 19 anos e 8 meses de prisão, em regime inicialmente semiaberto.
A ESPN teve acesso à sentença da 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro de Porto Alegre, que ainda condenou ambos ao pagamento de multas.
Piffero terá que pagar 400 salários mínimos, enquanto Affatato ficará responsável pelo pagamento de 700 salários mínimos.
A dupla ainda pode entrar com recurso.
Em contato com o jornal Correio do Povo, o advogado de Piffero, Nei Breitman, disse que ainda não foi intimado e nem teve tempo de conhecer o teor da decisão do juiz.
No entanto, ele afirmou que se manifestará em breve sobre o tema.
Entenda o caso
O caso diz respeito a irregularidades nas contas do Internacional ocorridos durante os anos de 2015 e 2016, na gestão Piffero.
De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul, os desvios somam R$ 12.885.179,26.
Além de Piffero e Affatato, foram condenados ainda três empresários dos ramos de construção civil e contabilidade, que, de acordo com a sentença, participaram da organização criminosa e do esquema de lavagem de dinheiro.
As sentenças foram:
- Ricardo Bohrer Simões: 8 anos e 8 meses de prisão em regime inicialmente fechado, mais multa de 300 salários mínimos
- Adão Silmar de Fraga Feijó: 8 anos e 8 meses de prisão em regime inicialmente fechado, mais multa de 300 salários mínimos
- Carlos Eduardo Marques: 6 anos e 10 meses de prisão em regime inicialmente fechado, mais multa de 150 salários mínimos
Paola Affatato Leião dos Santos, que também estava envolvida nas investigações, foi absolvida de todas as imputações.
O processo começou depois que o Conselho Fiscal do Inter apontou irregularidades nos números da gestão Piffero.
Foi criada, então, uma comissão de sindicância, que se aprofundou no tema e fez uma denúncia ao Ministério Público, dando início às investigações.
“Nosso trabalho está saindo”
Em contato com a ESPN, o atual presidente do Conselho Deliberativo do Internacional, Sérgio Juchen, comemorou a condenação de Piffero e Affatato.
“Nosso trabalho está saindo, felizmente”, disse Juchen.
O dirigente ainda contou como o caso se desenvolveu.
“Este caso começou ainda na gestão do Piffero. O Conselho Fiscal fez uma investigação nas contas da gestão do Piffero e constatou que havia alguma coisa errada. No final do mandato do Piffero, este levantamento já era grande”, ressaltou.
“Com a eleição do Alessandro Barcellos, eu assumi o Conselho Deliberativo. O Conselho fiscal nos mostrou investigação. Criei então uma comissão de sindicância. Descobrimos muitas coisas erradas e denunciamos”, complementou.