Havaiano domina em Haleiwa; confira como foi .
3 min readEdinho Leite. por espn.com.br.
Foi um longo dia de competição. Mesmo em ondas menores do que nos dias anteriores Haleiwa ofereceu um show, variando ondas de 4 a 6 pés com maral e 8 a 10 pés liso. Ok, algumas baterias no meio do dia apresentaram poucas ondas, mas no geral foram pauladas, rasgadas e aéreos para ninguém botar defeito. O ranking do WQS que classifica os 10 primeiros colocados para a elite do WCT em 2015 teve dança das cadeiras, deixando de pé, fora da bolha de classificação, Jack Freestone, Jesse Mendes e Joan Duru.
AINDA NO ROUND 3
Enquanto Jordy Smith, Joan Duru e Tomas Hermes mandavam mais de quatro manobras fortes por onda, Raoni Monteiro escolhia as suas com possibilidade de apenas duas. No terço final da bateria começou a entrar no ritmo da série. Ultrapassou Tomas e Duru, que pegaram ondas faltando poucos minutos para a sirene. Duru mandou um aéreo rodando de back. Tensão, eles precisavam de pouco mais que 6 pontos. Mas, Raoni manteve a segunda colocação.
NA SEQUÊNCIA
Com as ondas demorando mais para aparecerem e diminuindo de tamanho os aéreos passaram a entrar no cardápio no 4º round. Foi aí que Jordy e Raoni despacharam Joan Duru, que saiu da lista dos 10 classificados pelo WQS para o CT e Tomas Hermes. Dusty Payne continuou sua campanha com ondas acima de 9 pontos. Wiggolly dançou, atrás de Tiago Pires, Wade Carmichael, que deu aula de carving e Adam Melling. Filipe Toledo, que havia voado em condições de ondas menores nos rounds anteriores, optou por escolher… as menores, mesmo com maiores disponíveis. Ele queria voar, enquanto isso Michel Bourez e Jeremy Flores mostraram que surf de borda é o que os juízes querem num mar poderoso como Haleiwa. Nessa mesma bateria Fred Patacchia, desesperados por pontos para sua reclassificação, fez uma interferência estúpida em Filipe e saiu do mar mais cedo.
Nas quartas de final Julian e Dusty passaram batido por Jordy e Fanning. Raoni Monteiro passou em primeiro pela primeira vez no ano, em cima de Brett Simpson, que agora é o 10º colocado do WQS. Aliás, depois de não vencer nenhuma bateria no WCT esse ano Raoni se superou. Pena que na semifinal voltou a escolher ondas muito ruins, venceu Brett novamente, mas ficou atrás de Julian e Dusty. Na outra semi Adam e Jeremy despacharam a surpresa lusitana Frederico Morais e Torrey Meister, que vinha mandando aéreos e rasgadas em ondas de responsa.
Juian havia mandado todo mundo para a combi com seu aéreo slob muito alto, mas Dusty Payne, que não está nem aí para ranking algum, mandou mais uma sequência de manobras aterradoras numa onda de bom tamanho, bem escolhida, como durante todo o evento. Na metade da bateria final ele ameaçou Julian. A bateria pegava fogo, com Adam Melling detonando “a la Fanning” e Jeremy mais sincronizado com suas manobras do que em qualquer outro evento do ano. Julian acertou um belo reverse, mas ficou no lipe na volta de um alley oop. Na onda de trás, faltando poucos minutos para a sirene, Dusty veio numa ótima onda e desferiu as rasgadas mais sinistras e bem executadas, como fez desde o princípio. Julian precisava 9.97. Àquela altura nada parecia impossível, mas Neptuno tomou uma sábia decisão. Desligou a máquina de ondas e o cara que mais surfou em todo o evento venceu. Que final.
O havaiano Dusty Payne, que ressurgiu de uma séria cirurgia no joelho, realizada no meio do ano, deixou claro: Haleiwa é uma onda de gente grande, especialmente acima dos 8 pés, onde aéreos podem apimentar o jogo, mas o surf nas bordas é que manda. Ele é líder do Triple Crown e Sunset Beach, onde acontece a última etapa do WQS 2014, é uma de suas prediletas